Antes de mais, uma precisão. O pessoal lá na minha terra não diz «Santa Eu”fé”mia», «fé», Não. Diz: «Santa Eu”fê”mia, «fê».
Depois, uma informação para se perceber a história toda: a romaria da Santa Eufémia faz-se no fim do Verão, penso que a 16 de Setembro, em Quadrazais, uma aldeia muito falada para lá da vila do Sabugal, centro da vida local daquela zona. Pois bem, em Quadrazais naquele tempo, ali por volta de meados dos anos 50, fazia-se então a tal festa da Santa Eufémia.
Toda a gente ia à romaria e a devoção pela farra era muita.
O pessoal levava aquilo muito a sério e quando a procissão passava a malta tirava os chapéus, olhava com respeito o andor e tal…
Na minha aldeia havia então uma personagem específica vai entrar nesta história: o ti’ Américo Leitão. Era ainda um jovem, mas já com cadastro. Aliás tinha acabado de sair da prisão, e por isso é que esta história tem piada. A razão pela qual tinha estado preso também não é desprezível para a minha história: tinha dado uma sacholada na cabeça de um tipo qualquer que o tinha chateado. Aliás ele tinha mesmo fama disso: quando o chateavam, zás, porrada da grossa. Posso dizer que era de facto muito truculento. E há imensas histórias dele com piada. Por essa razão e porque também tinha por hábito adormecer a conduzir os carros. Uma vez deixou um camião pesado, carregado, a balançar quase a cair para o Tejo.
Volto à minha história da Santa Eufémia.
Por essa altura, anos 50 e pouco, o Américo Leitão tinha saído da prisão da tal sacholada e foi a Quadrazais no dia da romaria.
Nisto, estavam todos a ver a procissão e eis que um gajo qualquer, que nem era conhecido da malta da minha terra que estavam ali em grupo todos juntos, desatou a chatear. O tipo estava bêbado e… implicava por tudo e por nada. Vai daí, o Américo Leitão, que tinha para aí uns 30 anos, com o sangue na guelra e fervia em pouca água, começou a mandá-lo calar e não chatear. Mas o tipo não parava de «interpicar» (entrepicar).
Foi então que a malta que conhecia o Américo Leitão desatou tudo a rir.
É que, já irritado, o rapaz, que bem se lembrava do seu instinto de resolver tudo à tareia e da prisão de onde acabara de sair, faz a cena seguinte: ajoelha, põe as mãos como se fosse rezar mesmo a sério, põe uma cara de sofrimento mesmo a sério e arranca esta ladainha:
«Ó minha Santa Eufémia, ajudai-me, se não eu rebento já aqui com os cornos a este cabrão e desgraço a minha vida outra vez».
... Uma história que ainda hoje nos faz rir.
Depois, uma informação para se perceber a história toda: a romaria da Santa Eufémia faz-se no fim do Verão, penso que a 16 de Setembro, em Quadrazais, uma aldeia muito falada para lá da vila do Sabugal, centro da vida local daquela zona. Pois bem, em Quadrazais naquele tempo, ali por volta de meados dos anos 50, fazia-se então a tal festa da Santa Eufémia.
Toda a gente ia à romaria e a devoção pela farra era muita.
O pessoal levava aquilo muito a sério e quando a procissão passava a malta tirava os chapéus, olhava com respeito o andor e tal…
Na minha aldeia havia então uma personagem específica vai entrar nesta história: o ti’ Américo Leitão. Era ainda um jovem, mas já com cadastro. Aliás tinha acabado de sair da prisão, e por isso é que esta história tem piada. A razão pela qual tinha estado preso também não é desprezível para a minha história: tinha dado uma sacholada na cabeça de um tipo qualquer que o tinha chateado. Aliás ele tinha mesmo fama disso: quando o chateavam, zás, porrada da grossa. Posso dizer que era de facto muito truculento. E há imensas histórias dele com piada. Por essa razão e porque também tinha por hábito adormecer a conduzir os carros. Uma vez deixou um camião pesado, carregado, a balançar quase a cair para o Tejo.
Volto à minha história da Santa Eufémia.
Por essa altura, anos 50 e pouco, o Américo Leitão tinha saído da prisão da tal sacholada e foi a Quadrazais no dia da romaria.
Nisto, estavam todos a ver a procissão e eis que um gajo qualquer, que nem era conhecido da malta da minha terra que estavam ali em grupo todos juntos, desatou a chatear. O tipo estava bêbado e… implicava por tudo e por nada. Vai daí, o Américo Leitão, que tinha para aí uns 30 anos, com o sangue na guelra e fervia em pouca água, começou a mandá-lo calar e não chatear. Mas o tipo não parava de «interpicar» (entrepicar).
Foi então que a malta que conhecia o Américo Leitão desatou tudo a rir.
É que, já irritado, o rapaz, que bem se lembrava do seu instinto de resolver tudo à tareia e da prisão de onde acabara de sair, faz a cena seguinte: ajoelha, põe as mãos como se fosse rezar mesmo a sério, põe uma cara de sofrimento mesmo a sério e arranca esta ladainha:
«Ó minha Santa Eufémia, ajudai-me, se não eu rebento já aqui com os cornos a este cabrão e desgraço a minha vida outra vez».
... Uma história que ainda hoje nos faz rir.
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