01.08.2007, Margarida Gomes
Público, hoje
Entendimento com o BE praticamente fechado, enquanto prosseguem as conversas com Helena Roseta. CDU rejeita qualquer tipo de compromisso
António Costa toma hoje posse como presidente da Câmara de Lisboa, cargo cujo exercício se antevê difícil face à posição minoritária do PS no executivo, apesar dos múltiplos esforços desenvolvidos desde o dia das eleições até ontem com vista a entendimentos políticos à esquerda. O novo presidente toma em mãos o governo da cidade sem ter conseguido o desejado acordo que lhe garantisse condições mínimas de governabilidade.
Ao que o PÚBLICO apurou, existe apenas um princípio de entendimento com o BE, cujo vereador não é, no entanto, suficiente para garantir a maioria nas votações do executivo. Pendentes estão ainda os resultados dos contactos mantidos por António Costa com Helena Roseta. O outro vereador eleito pelo Movimento "Cidadãos por Lisboa", Manuel João Ramos, não parece disposto a subscrever o que considera ser uma espécie de "cheque em branco" a Costa.
Helena Roseta garantiu ontem ao PÚBLICO que manteve conversações com António Costa, mas frisa que foram interrompidas pelo presidente há quase duas semanas. Roseta vai aproveitar o jantar que tem previsto para hoje com apoiantes e voluntários do movimento "Cidadãos por Lisboa" para explicar todo o processo que, na sua opinião, "ainda não terminou". "António Costa disse-me que queria voltar a falar comigo", afirmou.
Por seu lado, Manuel João Ramos, em declarações ao PÚBLICIO, sublinha que não se pode de uma forma antecipada "comprometer a liberdade de voto, nem os ideais em nome de uma pseudo-estabilidade política". O vereador deixou entender que não é um grande apologista da forma como Costa conduziu as negociações - "até hoje não vi outra coisa que não fosse negociar lugares e cargos" - e considerou que "a verdadeira estabilidade governativa não passa por uma coligação, mas por um programa que absorva contributos das várias candidaturas". E separa águas: "Uma coisa é o programa com que o PS se candidatou às intercalares de Lisboa, outra é a capacidade de se executar esse mesmo programa".
De fora deste entendimento à esquerda está a CDU. "Viabilizaremos todas as propostas úteis para a cidade de uma forma incondicional", afirmou ao PÚBLICO fonte da CDU, observando que não fazia sentido criticar no dia-a-dia a política nacional e depois na câmara estar coligado com o mesmo PS que é Governo".
Quanto ao acordo já alinhavado com o BE, este foi analisado ontem à noite numa reunião da comissão política do Bloco, cujo desfecho era ainda desconhecido à hora do fecho desta edição. Ao PÚBLICO, Miguel Portas, da comissão política do BE, garantiu que as questões defendidas por Sá Fernandes foram discutidas com António Costa e "a haver acordo ele terá se ser muito claro em relação aos compromissos assumidos e também sobre as margens de liberdade que não estão abrangidas pelo acordo".
Portas lança ainda um repto aos restantes partidos de esquerda, para que "assumam as suas responsabilidades". O PÚBLICO tentou sem sucesso obter uma reacção do presidente da Câmara de Lisboa que passou a tarde em reuniões na FAUL.
O novo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, já falou com Helena Roseta e quer voltar a falar.»
Entendimento com o BE praticamente fechado, enquanto prosseguem as conversas com Helena Roseta. CDU rejeita qualquer tipo de compromisso
António Costa toma hoje posse como presidente da Câmara de Lisboa, cargo cujo exercício se antevê difícil face à posição minoritária do PS no executivo, apesar dos múltiplos esforços desenvolvidos desde o dia das eleições até ontem com vista a entendimentos políticos à esquerda. O novo presidente toma em mãos o governo da cidade sem ter conseguido o desejado acordo que lhe garantisse condições mínimas de governabilidade.
Ao que o PÚBLICO apurou, existe apenas um princípio de entendimento com o BE, cujo vereador não é, no entanto, suficiente para garantir a maioria nas votações do executivo. Pendentes estão ainda os resultados dos contactos mantidos por António Costa com Helena Roseta. O outro vereador eleito pelo Movimento "Cidadãos por Lisboa", Manuel João Ramos, não parece disposto a subscrever o que considera ser uma espécie de "cheque em branco" a Costa.
Helena Roseta garantiu ontem ao PÚBLICO que manteve conversações com António Costa, mas frisa que foram interrompidas pelo presidente há quase duas semanas. Roseta vai aproveitar o jantar que tem previsto para hoje com apoiantes e voluntários do movimento "Cidadãos por Lisboa" para explicar todo o processo que, na sua opinião, "ainda não terminou". "António Costa disse-me que queria voltar a falar comigo", afirmou.
Por seu lado, Manuel João Ramos, em declarações ao PÚBLICIO, sublinha que não se pode de uma forma antecipada "comprometer a liberdade de voto, nem os ideais em nome de uma pseudo-estabilidade política". O vereador deixou entender que não é um grande apologista da forma como Costa conduziu as negociações - "até hoje não vi outra coisa que não fosse negociar lugares e cargos" - e considerou que "a verdadeira estabilidade governativa não passa por uma coligação, mas por um programa que absorva contributos das várias candidaturas". E separa águas: "Uma coisa é o programa com que o PS se candidatou às intercalares de Lisboa, outra é a capacidade de se executar esse mesmo programa".
De fora deste entendimento à esquerda está a CDU. "Viabilizaremos todas as propostas úteis para a cidade de uma forma incondicional", afirmou ao PÚBLICO fonte da CDU, observando que não fazia sentido criticar no dia-a-dia a política nacional e depois na câmara estar coligado com o mesmo PS que é Governo".
Quanto ao acordo já alinhavado com o BE, este foi analisado ontem à noite numa reunião da comissão política do Bloco, cujo desfecho era ainda desconhecido à hora do fecho desta edição. Ao PÚBLICO, Miguel Portas, da comissão política do BE, garantiu que as questões defendidas por Sá Fernandes foram discutidas com António Costa e "a haver acordo ele terá se ser muito claro em relação aos compromissos assumidos e também sobre as margens de liberdade que não estão abrangidas pelo acordo".
Portas lança ainda um repto aos restantes partidos de esquerda, para que "assumam as suas responsabilidades". O PÚBLICO tentou sem sucesso obter uma reacção do presidente da Câmara de Lisboa que passou a tarde em reuniões na FAUL.
O novo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, já falou com Helena Roseta e quer voltar a falar.»
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