Thursday, June 29, 2006

'Público' on line elimina Ruben: censura como antigamente?

Por mero acaso, foram eliminadas da «transcrição» do 'Público.pt' as linhas de uma peça da Lusa em que era referida a intervenção (pequena parte dela, verdade se diga) de Ruben de Carvalho na sessão da CML de ontem (que terminou às 2 e meia da manhã).
Deixo aqui a prova: a «mesma» peça no 'Diário Digital' e no tal jornal on line:

1. 'Público.pt

Unesco
Carmona Rodrigues quer melhorar candidatura da Baixa lisboeta a património mundial
28.06.2006 - 22h34 Lusa

O presidente da Câmara de Lisboa vai pedir a elaboração de mais documentos para juntar à candidatura da Baixa Pombalina a património cultural da Unesco, por considerar que a proposta inicial necessitava de maior fundamentação.

Carmona Rodrigues consultou várias personalidades - entre as quais José Sasportes, presidente da comissão nacional da Unesco - que terão indicado que a candidatura carecia de um documento "fundamental" para a candidatura: o plano de gestão da Baixa Pombalina.

O autarca considerou importante reforçar o processo da candidatura com esse documento, após ter sido alertado para o facto de já existirem diversas classificações da Unesco no hemisfério norte do globo, pelo que uma candidatura nesta zona deverá ser muito bem fundamentada.

A elaboração do documento não ficará a cargo do grupo de trabalho responsável pela candidatura, depois de a autarquia ter dispensado os serviços do coordenador do processo, João Mascarenhas Mateus, que recebia mais de 50 mil euros por ano pelo trabalho.

A Câmara criou recentemente um comissariado, liderado pela vereadora Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP), que está a elaborar um plano estratégico para a Baixa, documento que será apresentado a 22 de Setembro, mas não está ainda decidido se o documento a juntar ao processo de candidatura será preparado por este organismo.

(É aqui que faltam as frases da peça da Lusa em que se refere a intervenção de Ruben de Carvalho: CENSURA DESCARADA!)

A Baixa está incluída na lista indicativa de bens portugueses com potencial para concorrerem à distinção da Unesco desde Maio de 2004, mas a formalização da candidatura só deverá ocorrer no próximo ano, dependendo depois da decisão da comissão nacional.

A área a candidatar consiste no espaço central, ortogonal da Baixa, na zona ribeirinha e a colina do Chiado. O Terreiro do Paço, como "uma das vistas mais importantes", terá uma zona de protecção já dentro do rio, de forma a preservar essa vista.

Em Portugal já foram classificados como património mundial doze bens: Angra do Heroísmo, Mosteiro dos Jerónimos, Mosteiro da Batalha, Convento de Cristo, centros históricos de Évora, Porto e Guimarães, Mosteiro de Alcobaça, Paisagem Cultural de Sintra, Vale do Côa, Floresta Laurissilva da Madeira e Alto Douro Vinhateiro.


2. Diário Digital

Agora, o Diário Digital, a transcrever também a mesma peça da Lusa (assinalei as linhas censuradas pelo ‘Público.pt Última Hora’ – por ‘mero acaso’, dizem respeito a Ruben de Carvalho!):
UNESCO: Carmona quer melhorar candidatura da Baixa

O presidente da Câmara de Lisboa vai pedir a elaboração de mais documentos para juntar à candidatura da Baixa Pombalina a património cultural da UNESCO, por considerar que a proposta inicial necessitava de maior fundamentação.
O presidente da autarquia, António Carmona Rodrigues, consultou várias personalidades - entre as quais José Sasportes, presidente da comissão nacional da UNESCO - que terão indicado que a candidatura carecia de um documento «fundamental» para a candidatura: o plano de gestão da Baixa Pombalina.

Carmona Rodrigues considerou importante reforçar o processo da candidatura com esse documento, após ter sido alertado para o facto de já existirem diversas classificações da UNESCO no hemisfério norte do globo, pelo que uma candidatura nesta zona deverá ser muito bem fundamentada.

A elaboração do documento não ficará a cargo do grupo de trabalho responsável pela candidatura, depois de a autarquia ter dispensado os serviços do coordenador do processo, João Mascarenhas Mateus, que recebia mais de 50 mil euros por ano pelo trabalho.

«O trabalho de Mascarenhas Mateus está concluído. Não fazia sentido estar a continuar com os seus serviços», afirmou fonte do município à Lusa.

O ex-coordenador afirmou, no entanto, ao Jornal de Notícias ter sido ele a apresentar a sua demissão do cargo por considerar que a candidatura está numa fase de «falta de definição» e de «liderança».

A Câmara criou recentemente um comissariado, liderado pela vereadora Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP), que está a elaborar um plano estratégico para a Baixa, documento que será apresentado a 22 de Setembro, mas não está ainda decidido se o documento a juntar ao processo de candidatura será preparado por este organismo.

O trabalho do comissariado suscitou alguma polémica durante a sessão pública do executivo camarário, com os vereadores da oposição a criticarem o facto de o projecto preliminar ter sido noticiado e de a autarquia estar já a consultar entidades externas.

Na opinião do vereador comunista Ruben de Carvalho, «o trabalho final do comissariado virá com a reacção das entidades consultadas, o que configura uma forma de pressão sobre a autarquia».

Maria José Nogueira Pinto afirmou que é necessária a consulta a várias entidades, nomeadamente do Governo, por terem tutela sobre algumas zonas da Baixa.

A responsável garantiu que o projecto final será submetido à discussão pelo executivo.

A Baixa está incluída na lista indicativa de bens portugueses com potencial para concorrerem à distinção da UNESCO desde Maio de 2004, mas a formalização da candidatura só deverá ocorrer no próximo ano, dependendo depois da decisão da comissão nacional.

A área a candidatar consiste no espaço central, ortogonal da Baixa, na zona ribeirinha e a colina do Chiado.

O Terreiro do Paço, como «uma das vistas mais importantes», terá uma zona de protecção já dentro do rio, de forma a preservar essa vista.

A candidatura da Baixa destaca a excepcionalidade do plano urbanístico pombalino, as soluções tecnológicas usadas no pós- terramoto de 1755, além do facto de contribuir para a imagem histórica da cidade, com um papel reconhecido na memória colectiva e como inspiração literária.

Em Portugal já foram classificados como património mundial 12 bens: Angra do Heroísmo, Mosteiro dos Jerónimos, Mosteiro da Batalha, Convento de Cristo, centros históricos de Évora, Porto e Guimarães, Mosteiro de Alcobaça, Paisagem Cultural de Sintra, Vale do Côa, Floresta Laurissilva da Madeira e Alto Douro Vinhateiro.

Diário Digital / Lusa

28-06-2006 22:21:00

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