Interrupção voluntária
Responsabilidade histórica de Sócrates
Mulheres de Lisboa e de outros pontos do país marcaram hoje presença nas galerias da AR. Ali, os deputados discutiam o referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez. Eis o texto completo:
«Carta Aberta aos Deputados da Assembleia da República
Senhoras Deputadas e Senhores Deputados,
No dia 19 de Outubro a interrupção voluntária da gravidez será tema de discussão na Assembleia da República. Mais uma vez!
Terá havido assunto tão discutido ao longo de tanto tempo, no nosso parlamento? E no entanto o aborto clandestino, as investigações, os julgamentos por prática de aborto clandestino continuam. Mas, apesar disso, as mulheres decidem, como sempre decidiram, interromper uma gravidez não desejada, mesmo que tal acto as classifique como criminosas em sede de Código Penal. Enquanto isso na nossa sociedade abundam, infelizmente, exemplos de desrespeito pela maternidade-paternidade, persistem insuficiências no acesso a consultas de planeamento familiar e está por concretizar a educação sexual nas escolas.
Não pode o Código Penal continuar a criminalizar uma interrupção voluntária da gravidez até às 10 ou 12 semanas.
Reiteramos, por isso, e neste momento, a posição de defesa da despenalização do aborto na Assembleia da República.
Reiteramos a posição de que é à Mulher que cabe decidir. Que compete à sociedade respeitar a decisão de cada mulher. E ao Estado cabe garantir às mulheres que decidem interromper a sua gravidez o possam fazer com dignidade e em condições de segurança para a sua saúde.
Determinar que esta decisão deva ser referendada significa considerar as mulheres como pessoas sem capacidade de decisão e sem consciência.
Usem a V/ legitimidade e responsabilidade para mudar a lei, na Assembleia da República. Sem mais demoras. Porque Referendar não é despenalizar!
Movimento pela despenalização da interrupção voluntária da gravidez / Lisboa, 18 de Outubro de 2006»
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