Thursday, October 30, 2008

Cultura importa-se?

Câmara de Lisboa cria "manifesto" para orientar política cultural
31.10.2008, Inês Boaventura

"Decide-se porque sim ou porque não. Apoia-se porque sim ou por razão nenhuma", acusa a vereadora da Cultura, que quer acabar com as decisões arbitrárias
A vereadora Rosalia Vargas anunciou ontem a elaboração, até Junho de 2009, de "um manifesto para a cultura", cujo principal objectivo é pôr cobro à forma "casuística" e "arbitrária" como a Câmara de Lisboa vem tomando decisões naquela área. "Há que romper com a situação existente, em que frequentemente as decisões são tomadas sem ter uma base. Decide-se porque sim ou porque não, apoia-se porque sim ou por razão nenhuma", criticou a vereadora da Cultura. Para inverter esta situação, explicou Rosalia Vargas, a autarquia vem trabalhando desde Setembro no projecto Estratégias para a Cultura em Lisboa.
O projecto, coordenado por Pedro Costa, do Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, está a ser desenvolvido em conjunto com um painel de oito peritos: João Seixas, Nuno Artur Silva, Rui Tavares, Idalina Conde, António Pinto Ribeiro, Catarina Vaz Pinto, Delfim Sardo e Carlos Martins. Numa primeira fase está prevista a constituição de grupos de trabalho com agentes culturais, económicos e institucionais de Lisboa, que discutirão a cultura e a cidade a partir de um conjunto de tópicos pré-definidos e procurarão identificar quais os problemas existentes e as soluções possíveis. A partir de Janeiro, a discussão será alargada a temas mais transversais, como a conectividade e a governança, mas também centrada em zonas específicas de Lisboa. No final do processo, os promotores da iniciativa acreditam que será possível "desenhar e consensualizar as principais linhas estratégicas de actuação no campo cultural da cidade, bem como definir programas de actuação concretos".
Com o objectivo de promover uma participação pública alargada, vai ser criado o site www.cultura.lisboa.pt, que deverá estar disponível nos próximos dias. Ouvir os agentes
"Este exercício não visa simplesmente produzir um documento. Visa ser um instrumento de inspiração da acção cultural e de orientação para aquilo que deve ser o papel do município", sintetizou o presidente da Câmara de Lisboa, defendendo que a iniciativa constitui " a primeira grande oportunidade de ouvir e pôr a falar os diferentes agentes culturais". António Costa enquadrou este instrumento num "conjunto de exercícios de planeamento estratégico" que a autarquia está a desenvolver, como o Plano Local de Habitação e a Carta Estratégica do Município. O projecto foi apresentado no Palácio das Galveias, no Campo Pequeno, onde terminou em Setembro uma intervenção no muro virado para a Avenida Barbosa du Bocage, pondo fim a um processo que se arrastava desde 2002. Com esta intervenção reabriu ao trânsito um troço daquela artéria, que esteve encerrado durante um ano e meio devido ao estado do muro, com fissuras e uma inclinação acentuada para a via pública.

2 comments:

Anonymous said...

Nesse Painel, estão dois cabecilhas de duas empresas com negócios associados às Kulturas. Não é para suspeitar das boas intenções? Tirando outros dois nomes, os outros manifestamente confundem culura com costura. Não dão "ponto sem nó".

Anonymous said...

LISBOA NÃO PRECISA DE MAIS ESTUDOS ....PAIREM DE ESTUDAR POR FAVOR .

FAÇAM, FAÇAM ,FAÇAM, FAÇAM, FAÇAM.............