Thursday, May 31, 2007

«Sondagem
2007-05-31 00:05
Costa só ganha maioria em Lisboa com apoio de Roseta
Candidato do PS elege 7 vereadores. Negrão, Roseta e Carmona 3. Bloco e CDS estão em risco.

Rita Tavares
Diário Económico

António Costa conquista Lisboa mas sem a maioria absoluta que colocou como fasquia, ficando obrigado a entendimentos pós-eleitorais. A frase poderá ser reutilizada, na edição do dia seguinte às eleições para a Câmara de Lisboa, de acordo com a sondagem realizada pela Data Crítica para o Diário Económico. O estudo mostra ainda que tanto o BE como o CDS podem não conseguir eleger qualquer vereador e indica uma forte disputa pelo segundo lugar: Fernando Negrão, Helena Roseta e Carmona Rodrigues estão empatados em mandatos.

A ex-militante socialista, candidata independente à CML, poderá ser a principal ‘culpada’ por esta luta mais cerrada e pela não eleição de vereadores do BE ou do CDS, com a sondagem a revelar que é Helena Roseta quem mais votos rouba às forças políticas e independentes adversários. O voto em Roseta tem, por outro lado, um grau de fidelidade elevado: 63,9% dos inquiridos garantem que votarão “de certeza” nesta candidata.

Mas neste quadro a fidelidade do eleitorado comunista não tem par e é Ruben de Carvalho que lidera as “certezas” de voto dos inquiridos (80%), logo seguido de António Costa (69,4%).

A garantia do voto em António Costa surge contra a corrente: o avanço de uma candidata da mesma área política do candidato socialista é apontado como provocador de dispersão do eleitorado que habitualmente vota no Partido Socialista. Roseta vai, em vez de isso, ‘roubar’ votos aos extremos: CDS e BE.

Uma das capacidades em análise nesta sondagem foi a de gestão e depois de um ano e meio de crise quase constante na autarquia, os inquiridos castigam, de alguma maneira, Carmona Rodrigues. O ex-presidente da Câmara de Lisboa consegue apenas o crédito de 17,1% dos inquiridos sobre a sua capacidade de gestão, a contrastar com os mais de 40% que apostam em António Costa.

Este fraco desempenho de Carmona Rodrigues neste ponto acaba por ser reforçado pelas respostas a outra pergunta: “A constituição de Carmona como arguido melhorou/piorou a sua confiança política?”. No entender de quase 60% dos inquiridos, “piorou”.

Na avaliação da capacidade de gestão, entre António Costa e Carmona Rodrigues aparece, mais uma vez, Helena Roseta, cuja aptidão para gerir a capital é reconhecida por 19,3% dos consultados. Neste capítulo, o candidato do CDS/PP, Telmo Correia, aparece em último lugar, no conjunto dos sete principais candidatos, com 1,5% dos inquiridos a confiarem na sua capacidade de gestão.


Roseta “rouba” votos ao CDS e PCP
A grande maioria dos inquiridos que agora atribuem o seu voto a Helena Roseta, votaram no PCP (42,1%) ou no CDS (44,4%) nas autárquicas de 2005. A ex-militante do PS recolhe ainda 15,2% dos eleitores que escolheram Manuel Maria Carrilho, o candidato socialista por Lisboa nas últimas autárquicas. Mas a grande maioria dos que votaram, então, em Carrilho votam agora em António Costa (76,8%) e o candidato ainda lucra com a quebra de popularidade de Carmona – a quem ‘rouba’ 17% dos votantes de 2005. Nesta disputa de votos, Fernando Negrão consegue ir buscar 35,3% dos votantes em Carmona e 22% a Maria José Nogueira Pinto. Já Telmo Correia apenas consegue manter 11,1% da votação no CDS nas últimas eleições. A única mulher em prova, Roseta, contará ainda com um eleitorado sobretudo feminino, com 69,9% das suas intenções de voto a serem de mulheres e 30,1% de homens. Ruben de Carvalho e Sá Fernandes são, por oposição, os candidatos com intenção de voto mais masculina - 65% e 63,2%, respectivamente.


Prioridades

- Trânsito (inclui acessibilidades)

- Urbanismo (licenciamento)

- Sujidade/poluição

- Segurança

- Corrupção

- Desequilíbrio financeiro

- Estacionamento

- Pobreza, arrumadores e mendigagem

- Transportes públicos

- Falta de emprego e perspectivas económicas

- Organização interna

- Estacionamento


Problemas

- Trânsito (inclui acessibilidades)

- Sujidade/poluição

- Urbanismo

- Segurança

- Estacionamento

- Transportes públicos

- Corrupção

- Espaços verdes (inexistência)

- Pobreza, arrumadores e mendigagem

- Desequilíbrio financeiro»



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