Monday, September 18, 2006

Governo e Câmara de Lisboa falham redondamente abertura do ano escolar

A realidade contraria frontalmente a propaganda obsessiva da Câmara de Lisboa e do Governo garantindo que o ano lectivo está a começar no melhor dos mundos... Se mais exemplos não houvesse, mas há, bastariam, em Lisboa casos como os da Mouraria e os da Ameixoeira e do Lumiar para provar que aquelas afirmações não passam de propaganda.
A instabilidade soma-se à falta de instalações e à falta de condições de muitas escolas e ao fecho de muitos ATL em Lisboa.
Tudo, porque não foram tomadas atempadamente medidas e não foram feitas as obras indispensáveis.
Agora, tudo isso é substituído por uns protocolos de última hora que até podem parecer bonitos na imprensa mas que não alteram a real e dura realidade.
Os pais de muitas crianças estão ainda sem saber qual é a escola para aos seus filhos. No entanto, Governo e câmara mentem descaradamente e afirmam que tudo está decidido e que as crianças todas estão devidamente distribuídas e que as escolas todas têm todas as condições para receberem essas crianças.
Mas não é assim!
Na Ameixoeira, no Lumiar, em São João, na Mouraria e em muitas outras freguesias há numerosos problemas que a Câmara e o Governo têm a obrigação de resolver e não resolvem.
Os jornais e as televisões não têm podido evitar dar cobertura ao protesto popular.
As crianças não são objectos! Não se podem arrumar simplesmente num qualquer espaço. Não se podem empilhar em contentores. Não se podem armazenar…
A falta de locais de recreio para as crianças é assustadora.
Na Mouraria, a escola não tem condições de dignidade.
A CML não fez atempadamente as diligências inerentes e o resultado é que pais e crianças nem sequer sabem como vai ser o início do ano lectivo.

Mas é esse, infelizmente, o pensamento da Câmara de Lisboa, tal como o do Governo do PS, lamentavelmente.

Ruptura ameaça muitas escolas


Na Ameixoeira, por exemplo, e no Lumiar, acontece uma das situações mais insólitas que a CDU local já denunciou: os alunos vão ter aulas em contentores sem o mínimo de condições. O ATL que estava a ser gerido pela Junta de Freguesia vai deixar de funcionar, com prejuízo para crianças e pais. Não foram tomadas medidas nem quanto a refeições nem quanto à salubridade das instalações e o resultado é o desagrado geral: pais e professores protestam pelo estado em que as coisas se encontram hoje ainda, a poucas horas da programada abertura do ano escolar.
O panorama da Ameixoeira e do Lumiar repete-se, infelizmente, em muitas outras escolas da Cidade.
A situação de ruptura aparece como iminente.

Em causa também: alimentação e Tempos Livres

Há escolas na Cidade onde a se coloca de forma muito forte a questão das refeições e da alimentação.
É uma situação recorrente.
Os repetidos problemas com o fornecimento de refeições por empresas de «cattering» preocupa a todos pelos problemas de saúde que pode acarretar se não se repetirem circunstâncias anteriores.
E tudo indica que sim, devido ao distanciamento da CML em relação ao terreno, mais preocupada que está em mostrar que está tudo bem!
A observação do que se passa no terreno mostra que, nalguns casos, nem sequer há condições sanitárias mínimas.
A instabilidade é total e afecta por igual os pais, os professores, as crianças e os funcionários, ao contrário do que quer fazer crer a propaganda de parte a parte: CML e Ministério dão a entender, de forma repetida e repetitiva que tudo está no melhor dos mundos. Mas não está. E a população e os profissionais sabem-no demasiado bem, infelizmente.

Ameaçados de desemprego

A CML quer encerrar alguns dos ATL que têm funcionado e bem para apoiar as famílias e as crianças em horários fora dos tempos lectivos.
Se tal vier a acontecer, cria-se aqui uma nova carência de serviço indispensável, por mais sucedâneos que se implementem.
E surgirá uma nova bolsa de desemprego: de facto, tanto ou mais grave ainda que tudo o resto é a situação de desemprego para onde a CML quer atirar os numerosos trabalhadores dos ATL que pretende encerrar, sem oferecer alternativas para os profissionais despedidos daquela actividade.

Em conclusão

Sem prejuízo de nova avaliação a fazer no final da próxima semana, e de acordo com os dados que já foram presentes à CDU, conclui-se desde já que tudo isto é sério e precisa de uma nova forma de encarar o início do ano lectivo, competindo à Câmara de Lisboa e ao Governo tomar as medidas atinentes, de forma operacional, que tenham em conta os interesses de todos os envolvidos.

Considerada esta grave situação, a CDU vai levar oficialmente as situações levantadas nas escolas ao conhecimento de todos os órgãos do Poder Local da Cidade, em sinal de protesto para exigir condições normais de abertura e funcionamento do ano lectivo.

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