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Friday, May 28, 2010
12 000
Thursday, May 27, 2010
Machibombos de Lisboa em 1913
Informação muito interessante.
Extractos únicos de jornais da época.
Machimbombo da Bica, Machimbombo do Lavra …
O que aqui está em baixo é o antecessor do eléctrico 28.
Machimbombo não é uma palavra com origem em África, ou no Brasil, como muitas pessoas pensam. É uma palavra bem portuguesa, que já se usava em Portugal no início do século XX e que significa elevador mecânico. Trata-se de um anglicismo (palavra com origem no inglês) que deriva de "Machine pump". Ilustração Portuguesa n.º 386, 17.07.1913 |
Wednesday, May 19, 2010
A moção
MOÇÃO DE CENSURA Nº 1/XI-1ª
O FUTURO DO PAÍS COMPROMETIDO PELA POLÍTICA DE DIREITA
Ao fim de mais de 30 anos de política de direita e com a intensificação das suas orientações pelo Governo PS, Portugal é hoje um país com o futuro seriamente comprometido no que toca ao desenvolvimento económico, à justiça social e aos direitos dos trabalhadores e das populações.
A política seguida conduziu o país à estagnação, à continuada divergência com os restantes países da União Europeia. Foi e é uma política que esteve na origem da acentuada destruição do aparelho produtivo nacional e da respectiva produção, agravando sistematicamente a dependência externa da nossa economia e naturalmente a dívida ao exterior.
Foi e é uma política causadora de um aumento brutal do desemprego, da manutenção de baixos salários e do aumento da exploração dos trabalhadores, alterando sistematicamente para pior a legislação laboral e promovendo a precariedade.
Foi e é uma política de ataque aos direitos sociais, mantendo baixas reformas e condicionando o acesso a prestações essenciais, ao mesmo tempo que degradava os serviços públicos indispensáveis para garantir o acesso a bens como a educação ou a saúde.
Foi e é uma política de submissão do poder político ao poder económico e de submissão do interesse nacional e colectivo aos benefícios para os grandes grupos económicos e para um punhado de privilegiados, abrindo campo fértil para o compadrio e a corrupção.
Foi e é uma política de aceitação subserviente dos ditames da União Europeia e de sistemática alienação de soberania nacional.
A crise que se vive no nosso país, na Europa e no mundo – crise do sistema capitalista – é o resultado da crescente financeirização da economia, da protecção da especulação financeira que ataca as economias mais vulneráveis, procurando impor-lhes, como o apoio dos respectivos governos, inaceitáveis condições de regressão social, de declínio económico e de perda da soberania, visando garantir uma cada vez maior concentração da riqueza.
A especulação do capital financeiro, que a União Económica e Monetária não impediu - tal como o PCP sempre afirmou que aconteceria e os seus defensores sempre negaram - desencadeou a crise, beneficiou com ela através designadamente da injecção de vultuosos capitais públicos no sistema financeiro e continua a atacar países soberanos visando roubar-lhes milhões de euros.
Os critérios monetaristas do mercado único, do Euro, da UEM e do BCE, penalizadores das economias mais frágeis como a portuguesa, continuam a ser exigência central do directório das grandes potências da União Europeia, que falando em “ajudas” continua a impor uma política monetária ao serviço dos seus próprios interesses e que constitui um inaceitável garrote para o desenvolvimento do nosso e de outros países.
É neste quadro que o Governo PS e o PSD se entenderam para avançar com gravíssimas medidas para o nosso povo e para o nosso país. Medidas impostas a partir da União Europeia, que acrescem ainda ao Programa de Estabilidade e Crescimento por ambos aprovado.
São medidas que nada têm de distribuição equitativa; que penalizam os mesmos de sempre, aqueles que há décadas e em particular nos últimos anos vêem sistematicamente a sua vida piorar, os trabalhadores, os reformados e a generalidade da população. Medidas que mantendo a mesma política de desastre nacional conduzirão aos mesmos resultados, deixando o país em pior situação.
Com o imposto adicional que agora anunciam, trata-se de praticar um verdadeiro roubo aos salários dos trabalhadores e às reformas, agravado com o aumento do custo de vida que trará o aumento das taxas do IVA, sobretudo nos bens essenciais.
Com o ataque ao subsídio de desemprego desprotegem-se ainda mais os desempregados e pressiona-se a baixa geral dos salários. Com o ataque às prestações sociais, o Governo PS e o PSD, visam expulsar do apoio a que têm direito, impondo cláusulas restritivas, dezenas de milhares de famílias que delas precisam para sobreviver.
Com a diminuição das comparticipações dos medicamentos publicada na passada semana, vão aumentar os gastos dos utentes, especialmente dos reformados com baixas reformas.
Com o acordo entre o Governo PS e o PSD, num primeiro momento deliberadamente escondido, para flexibilizar os despedimentos, estes partidos pretendem dar um novo passo na exploração de quem trabalha, cumprindo assim os desígnios do grande patronato.
Com o corte no investimento público será penalizado o desenvolvimento nacional, agravando ainda mais o desemprego e a recessão económica.
Com garrote financeiro e humano à administração pública, incluindo às autarquias locais, continua a destruição dos serviços públicos e a penalização dos que deles necessitam.
Com o ataque ao consumo interno, o agravamento do IVA, a diminuição brutal do investimento e a manutenção de condições fiscais adversas, afundam-se ainda mais as micro, pequenas e médias empresas.
Com as privatizações alienam-se alavancas fundamentais da nossa economia, ao mesmo tempo que se perdem recursos financeiros essenciais para o país.
Entretanto mantém-se incólumes os que continuam a acumular lucros obscenos, como a banca e a especulação financeira, beneficiando de taxas efectivas de tributação que são uma ofensa aos pequenos e médios empresários, da ausência de tributação nas transacções bolsistas, da exclusão da tributação das mais-valias bolsistas das SGPS, da protecção absoluta aos benefícios instalados nos off-shores.
O Governo PS e o PSD estão juntos numa ofensiva brutal contra os portugueses e contra o interesse nacional.
Por tudo isto se tornou indispensável a apresentação desta Moção de Censura. Uma Moção de Censura que dá resposta ao profundo e crescente descontentamento do povo português, e à exigência de outra política. Uma Moção de Censura que exprime a mais elevada rejeição institucional desta política e que para além disso se assume pela sua dimensão política; que sendo uma censura ao Governo é igualmente dirigida em simultâneo ao PS e ao PSD e à política de direita que praticam. Uma censura que encerra um juízo sobre o rumo de desastre nacional imposto ao país nos últimos anos pela política de direita, e aos seus principais promotores. Uma inequívoca censura e condenação às medidas agora impostas e às acrescidas injustiças e desigualdades a que se prestam. Uma censura que é expressão clara de rejeição de um caminho de estagnação económica, retrocesso social e de liquidação da soberania nacional. Uma censura que é expressão da necessidade de ruptura e mudança, de exigência inadiável de uma política assente na produção nacional, na criação de emprego, no desenvolvimento, na justiça social, nos direitos e em melhores salários, na soberania nacional. Uma censura que é a afirmação de exigência de um país mais desenvolvido e mais justo, de um Portugal com futuro. Uma censura que afirma que a actual política não é inevitável e que há outro caminho e outro rumo para o país. Uma censura que afirma não só é possível mas indispensável uma política patriótica e de esquerda para Portugal.
A Assembleia da República delibera, nos termos do artigo 194º da Constituição da República Portuguesa, censurar o XIII Governo Constitucional.
Assembleia da República, 18 de Maio de 2010
Monday, May 17, 2010
Jerónimo de Sousa: Este mau caminho leva a pior
Declaração de Jerónimo de Sousa,
Secretário-geral do PCP,
sobre a reunião do Comité Central do PCP
Lisboa, 17 de Maio de 2010
O país assistiu nestes últimos dias a uma nova escalada na ofensiva que a política de direita tem dirigido contra os trabalhadores e o povo, atingindo os seus direitos e poder de compra, agravando injustiças e desigualdades, comprometendo o país e a sua vida colectiva para o presente e para o futuro.
Os que conduziram o país a uma situação de declínio económico e de retrocesso social – PS e PSD, sempre acompanhados pelo CDS – aí estão prontos a saltar, uma vez mais, em defesa dos interesses do capital para impor mais sacrifícios, agora a pretexto da crise, dos mercados e especuladores que ontem estimularam e apoiaram.
Ao Programa de Estabilidade e Crescimento que conceberam, PS e PSD insatisfeitos ainda com o alcance do ataque dirigido aos trabalhadores e ao país, acrescentam novas e mais gravosas medidas. O roubo nos salários, o aumento do IVA, o corte no subsídio de desemprego, o abandono do investimento público, o corte no apoio às empresas públicas a par das anunciadas privatizações ou a redução das verbas destinadas às autarquias locais, são expressão de uma deliberada opção de classe determinada pelo objectivo de fazer pagar aos trabalhadores e à população os custos de uma política orientada para manter intocáveis os interesses dos grupos económicos, os lucros dos que especulam a partir das dificuldades das famílias e dos Estados ou as grandes fortunas que representam e promovem.
A ideia de que com estas medidas se repartem e distribuem os sacrifícios é uma redonda mentira. São os trabalhadores, os reformados e a larga maioria da população que vão pagar uma vez mais os custos de uma política ruinosa. É aos salários, às pensões de reforma, aos bens de primeira necessidade, ao subsídio de desemprego e aos medicamentos dos idosos mais carenciados, que PS e PSD vão sacar o que não querem retirar aos que nadam nos lucros e na opulência.
É do IRS e não do IRC que sai a parte de leão. É ao IVA, suportado pela população e que mais pesa no orçamento dos que menos têm, e não aos rendimentos do capital, que PS e PSD decidiram dirigir o assalto. Para os que continuam a acumular lucros obscenos, como os da banca ou da especulação financeira, é o paraíso: taxas de tributação que são uma ofensa aos pequenos e médios empresários, ausência de tributação nas transacções bolsistas, protecção absoluta aos benefícios instalados nos off-shores. Ao contrário do que dizem PS e PSD, estas medidas não servem ao país nem se destinam a dar solução aos problemas nacionais. Em si mesmas, são medidas que só agravam a exploração de quem trabalha, que aumentam as injustiças sociais atirando para a pobreza milhares de portugueses, que hipotecam a produção nacional e a dinamização económica. Medidas que só servem à banca, ao grande capital, aos que especulam com a economia e vivem da exploração.
Por mais que o procurem iludir, a mais crua das verdades é que há muito que PS e PSD desistiram de um país desenvolvido e soberano. O vergar de cerviz perante os interesses das grandes potências e a subordinação às orientações do capital financeiro não dão resposta aos problemas, nem asseguram o desenvolvimento económico e o progresso social. Há um outro rumo e uma outra política. Um outro rumo assente na produção nacional, no investimento público, na defesa dos serviços públicos, na valorização dos rendimentos dos trabalhadores, na promoção do emprego, no controlo público dos sectores básicos estratégicos, no combate à evasão fiscal e na imposição de uma justa tributação, na defesa intransigente dos interesses nacionais e na afirmação da nossa soberania perante a União Europeia.
Podem contar com o PCP, com a sua acção e iniciativa na mobilização e esclarecimento. Nesse sentido, o PCP decidiu promover na próxima quinta-feira, dia 20, uma Acção Nacional de contacto com os trabalhadores e a população, a concretizar em todo o país sob o lema “Não ao roubo nos salários” e realizar no mesmo dia um comício em Lisboa, a par do desfile Avante pelos direitos da juventude que a Juventude Comunista Portuguesa promove no próximo sábado, dia 22. Iniciativas programadas no âmbito da campanha das 500 acções (comícios, tribunas públicas, desfiles), que são parte de uma dinâmica iniciativa política de resposta a esta nova ofensiva.
Ao contrário do que PS e PSD ambicionam - e das proclamações do exército de seguidores, defensores e antigos responsáveis pela situação a que se chegou - ganha campo a consciência da marca de classe das medidas agora impostas, cresce o protesto e a indignação, alarga-se a corrente dos que vêem na luta o caminho para impedir novos e mais gravosos ataques. A manifestação nacional de dia 29, convocada pela CGTP, constitui um momento central na resposta que é preciso dar. Uma resposta que deve constituir um sério sinal para os que, como PS e PSD, conspiram já para levar mais longe esta ofensiva se a isso a luta não os demover e obrigar a recuar.
A actual ofensiva só pode ter como resposta a mais veemente condenação.
O PCP, dando resposta ao alargado sentimento de protesto e acompanhando a corrente de luta que desaguará na acção nacional da CGTP do próximo dia 29, apresentará na Assembleia da República uma Moção de Censura.
Uma Moção de Censura que, para lá da expressão institucional, se assume essencialmente pela sua dimensão política. Uma censura ao Governo, como institucionalmente é assumida, mas sobretudo uma censura dirigida ao PS e ao PSD. Uma censura que encerra um juízo sobre o rumo de desastre nacional imposto ao país nos últimos anos pela política de direita, e aos seus principais promotores. Uma inequívoca censura e condenação às medidas agora impostas e às acrescidas injustiças e desigualdades a que se prestam. Uma censura que é expressão clara de rejeição de um caminho de estagnação económica, retrocesso social e de liquidação da soberania nacional. Uma censura que é expressão da necessidade de ruptura e mudança, de exigência inadiável de uma política assente na produção nacional, na criação de emprego, no desenvolvimento, na justiça social, nos direitos e em melhores salários, na soberania nacional. Uma censura que é a afirmação de exigência de um país mais desenvolvido e mais justo, de um Portugal com futuro.
Sim é possível um outro rumo. Aos trabalhadores, ao povo e ao país dirigimos uma palavra de confiança. Confiança de que é possível resistir e impedir um caminho que só conduzirá a mais sacrifícios, que há uma outra politica alternativa, de esquerda e patriótica, capaz de responder aos problemas do país e rasgar uma janela de esperança num futuro melhor.
Jerónimo de Sousa: Este caminho leva a pior
Declaração de Jerónimo de Sousa,
Secretário-geral do PCP,
sobre a reunião do Comité Central do PCP
Lisboa, 17 de Maio de 2010
O país assistiu nestes últimos dias a uma nova escalada na ofensiva que a política de direita tem dirigido contra os trabalhadores e o povo, atingindo os seus direitos e poder de compra, agravando injustiças e desigualdades, comprometendo o país e a sua vida colectiva para o presente e para o futuro.
Os que conduziram o país a uma situação de declínio económico e de retrocesso social – PS e PSD, sempre acompanhados pelo CDS – aí estão prontos a saltar, uma vez mais, em defesa dos interesses do capital para impor mais sacrifícios, agora a pretexto da crise, dos mercados e especuladores que ontem estimularam e apoiaram.
Ao Programa de Estabilidade e Crescimento que conceberam, PS e PSD insatisfeitos ainda com o alcance do ataque dirigido aos trabalhadores e ao país, acrescentam novas e mais gravosas medidas. O roubo nos salários, o aumento do IVA, o corte no subsídio de desemprego, o abandono do investimento público, o corte no apoio às empresas públicas a par das anunciadas privatizações ou a redução das verbas destinadas às autarquias locais, são expressão de uma deliberada opção de classe determinada pelo objectivo de fazer pagar aos trabalhadores e à população os custos de uma política orientada para manter intocáveis os interesses dos grupos económicos, os lucros dos que especulam a partir das dificuldades das famílias e dos Estados ou as grandes fortunas que representam e promovem.
A ideia de que com estas medidas se repartem e distribuem os sacrifícios é uma redonda mentira. São os trabalhadores, os reformados e a larga maioria da população que vão pagar uma vez mais os custos de uma política ruinosa. É aos salários, às pensões de reforma, aos bens de primeira necessidade, ao subsídio de desemprego e aos medicamentos dos idosos mais carenciados, que PS e PSD vão sacar o que não querem retirar aos que nadam nos lucros e na opulência.
É do IRS e não do IRC que sai a parte de leão. É ao IVA, suportado pela população e que mais pesa no orçamento dos que menos têm, e não aos rendimentos do capital, que PS e PSD decidiram dirigir o assalto. Para os que continuam a acumular lucros obscenos, como os da banca ou da especulação financeira, é o paraíso: taxas de tributação que são uma ofensa aos pequenos e médios empresários, ausência de tributação nas transacções bolsistas, protecção absoluta aos benefícios instalados nos off-shores. Ao contrário do que dizem PS e PSD, estas medidas não servem ao país nem se destinam a dar solução aos problemas nacionais. Em si mesmas, são medidas que só agravam a exploração de quem trabalha, que aumentam as injustiças sociais atirando para a pobreza milhares de portugueses, que hipotecam a produção nacional e a dinamização económica. Medidas que só servem à banca, ao grande capital, aos que especulam com a economia e vivem da exploração.
Por mais que o procurem iludir, a mais crua das verdades é que há muito que PS e PSD desistiram de um país desenvolvido e soberano. O vergar de cerviz perante os interesses das grandes potências e a subordinação às orientações do capital financeiro não dão resposta aos problemas, nem asseguram o desenvolvimento económico e o progresso social. Há um outro rumo e uma outra política. Um outro rumo assente na produção nacional, no investimento público, na defesa dos serviços públicos, na valorização dos rendimentos dos trabalhadores, na promoção do emprego, no controlo público dos sectores básicos estratégicos, no combate à evasão fiscal e na imposição de uma justa tributação, na defesa intransigente dos interesses nacionais e na afirmação da nossa soberania perante a União Europeia.
Podem contar com o PCP, com a sua acção e iniciativa na mobilização e esclarecimento. Nesse sentido, o PCP decidiu promover na próxima quinta-feira, dia 20, uma Acção Nacional de contacto com os trabalhadores e a população, a concretizar em todo o país sob o lema “Não ao roubo nos salários” e realizar no mesmo dia um comício em Lisboa, a par do desfile Avante pelos direitos da juventude que a Juventude Comunista Portuguesa promove no próximo sábado, dia 22. Iniciativas programadas no âmbito da campanha das 500 acções (comícios, tribunas públicas, desfiles), que são parte de uma dinâmica iniciativa política de resposta a esta nova ofensiva.
Ao contrário do que PS e PSD ambicionam - e das proclamações do exército de seguidores, defensores e antigos responsáveis pela situação a que se chegou - ganha campo a consciência da marca de classe das medidas agora impostas, cresce o protesto e a indignação, alarga-se a corrente dos que vêem na luta o caminho para impedir novos e mais gravosos ataques. A manifestação nacional de dia 29, convocada pela CGTP, constitui um momento central na resposta que é preciso dar. Uma resposta que deve constituir um sério sinal para os que, como PS e PSD, conspiram já para levar mais longe esta ofensiva se a isso a luta não os demover e obrigar a recuar.
A actual ofensiva só pode ter como resposta a mais veemente condenação.
O PCP, dando resposta ao alargado sentimento de protesto e acompanhando a corrente de luta que desaguará na acção nacional da CGTP do próximo dia 29, apresentará na Assembleia da República uma Moção de Censura.
Uma Moção de Censura que, para lá da expressão institucional, se assume essencialmente pela sua dimensão política. Uma censura ao Governo, como institucionalmente é assumida, mas sobretudo uma censura dirigida ao PS e ao PSD. Uma censura que encerra um juízo sobre o rumo de desastre nacional imposto ao país nos últimos anos pela política de direita, e aos seus principais promotores. Uma inequívoca censura e condenação às medidas agora impostas e às acrescidas injustiças e desigualdades a que se prestam. Uma censura que é expressão clara de rejeição de um caminho de estagnação económica, retrocesso social e de liquidação da soberania nacional. Uma censura que é expressão da necessidade de ruptura e mudança, de exigência inadiável de uma política assente na produção nacional, na criação de emprego, no desenvolvimento, na justiça social, nos direitos e em melhores salários, na soberania nacional. Uma censura que é a afirmação de exigência de um país mais desenvolvido e mais justo, de um Portugal com futuro.
Sim é possível um outro rumo. Aos trabalhadores, ao povo e ao país dirigimos uma palavra de confiança. Confiança de que é possível resistir e impedir um caminho que só conduzirá a mais sacrifícios, que há uma outra politica alternativa, de esquerda e patriótica, capaz de responder aos problemas do país e rasgar uma janela de esperança num futuro melhor.
Friday, May 14, 2010
Comunicado do PCP
Roubo aos trabalhadores
Comprometimento do futuro do país
1. As medidas hoje anunciadas pelo Conselho de Ministros, negociadas entre PS e PSD, constituem uma nova escalada contra os interesses dos trabalhadores, do povo e do país.
A pretexto da crise, mas de facto em nome do grande capital e dos especuladores, PS e PSD constroem, encontro após encontro e numa plena e esclarecedora convergência, novas medidas que só acrescentam agravadas dificuldades e injustiças, mais exploração, mais dependência e vulnerabilidade económica.
2. O roubo nos salários, o aumento do IVA, o corte no subsídio de desemprego, o abandono do investimento público, o corte no apoio às empresas públicas, a par das anunciadas privatizações ou a redução das verbas destinadas às autarquias locais, são expressão de uma deliberada opção de classe. Opção determinada pelo objectivo de fazer pagar aos trabalhadores e à população os custos de uma política orientada para manter intocáveis os interesses dos grupos económicos, os lucros dos que especulam a partir das dificuldades das famílias e dos Estados ou as grandes fortunas que representam e promovem.
O roubo agora anunciado nos salários – sob a forma de uma tributação extraordinária de 1% e 1,5% sobre a massa salarial – que corresponderá a um significativo corte dos rendimentos dos trabalhadores, conjugado com o aumento do IVA que atinge todos os bens, incluindo os de primeira necessidade, constitui uma pesada penalização do poder de compra e um factor de empobrecimento ainda mais acentuado de largos sectores da população. Decisões tão mais chocantes quando ainda recentemente foram canalizados mais de 4 mil milhões de euros para o BPN e quando, num momento em que estão a ser impostos mais sacrifícios, os principais bancos ostentam lucros opulentos de mais de 1 milhão de euros por dia, no primeiro trimestre do ano.
Aproveitando a crise para aumentar a exploração, capitulando perante os interesses dos especuladores e correspondendo por inteiro ao que as principais instituições capitalistas e as potências europeias determinam, PS e PSD assumem declaradamente uma política de desastre nacional, de declínio económico e empobrecimento dos portugueses. Uma política assumidamente destinada a roubar aos trabalhadores para dar aos bancos e aos especuladores, tirar ao país para servir ambições prosseguidas pelos países que comandam o processo de integração capitalista na Europa.
Não pode haver lugar à dúvida. PS e PSD não ignoram que destas medidas só pode resultar mais estagnação económica, maior asfixia do mercado interno, menos actividade produtiva e mais falências. PS e PSD sabem como ninguém que, para lá das frases falsas e de circunstância sobre o “interesse nacional”, estas medidas não é ao país que servem mas sim aos interesses do grande capital e dos mercados especulativos que defendem e representam.
3. A tentativa de apresentar o corte dos salários dos titulares de cargos políticos e gestores públicos como sinal de “justiça” na “repartição dos custos” não pode deixar de ser lida como uma cínica medida de diversão. Cínica porque, quando invocada, é no roubo de centenas de milhões de euros nos magros salários dos trabalhadores que PS e PSD estão a pensar e não nas migalhas que representará nos obscenos salários que, por exemplo, os gestores nomeados pelos governos auferem. Cínica porque, com esta medida, o que PS e PSD querem a toda a força iludir é a total protecção dos lucros, benesses e mordomias – que as anunciadas alterações do IRC no essencial não afectam – com que o grande capital financeiro e os principais grupos económicos continuam a ser brindados. Cínica vinda de quem é directamente responsável pela fixação dos níveis de remuneração dos titulares de cargos políticos e dos escandalosos valores de retribuição de gestores.
4. Pelas mãos de PS e PSD continua a ser percorrido um perigoso caminho de desastre nacional que é necessário derrotar e inverter. O país não está condenado ao rumo de declínio económico, retrocesso social e alienação da soberania nacional que os partidos da política de direita e o grande capital impuseram a país. Há uma outra política e um outro rumo para Portugal. Uma política que assegure o desenvolvimento económico e o progresso social. Uma política assente, entre outras medidas: na promoção do investimento, em particular do investimento público, enquanto factor de desenvolvimento económico, de aumento da produção nacional e de criação de emprego; no aumento dos salários e na valorização das pensões de reforma; no reforço e alargamento das prestações sociais como é o caso do subsídio de desemprego; na imposição à banca de uma taxa efectiva de IRC de pelo menos 25% sobre os seus lucros; na aplicação do imposto sobre transacções na bolsa incluindo sobre os ganhos bolsistas.
5. A dimensão do ataque dirigido contra os trabalhadores e o país exigem uma pronta e vigorosa resposta na qual o desenvolvimento da luta de massas e, em particular dos trabalhadores, assumirá um papel central. Luta que encontrará na manifestação nacional da CGTP-IN, convocada para 29 de Maio, um momento para afirmar com uma massiva participação a exigência de uma ruptura com a actual política.
Face aos inquietantes desenvolvimentos da ofensiva em curso contrária aos interesses do país, dos trabalhadores e do povo, o Comité Central do PCP realizará uma reunião extraordinária na próxima segunda-feira, dia 17 de Maio, destinada a avaliar a situação económica e social, nomeadamente a ofensiva desencadeada pelo PS e PSD e a definição das acções e direcções da iniciativa política indispensáveis para a enfrentar, resistir e derrotar.
O Gabinete de Imprensa do PCP
Wednesday, May 12, 2010
Recebido por mail. Publico sem edição: estou revoltado. Não merecem o trabalho da edição
Ora cá vão uns salariozitos de remediados:
(PODE NÃO PARECER, MAS SÃO VALORES MENSAIS!!!!....)
Imaginem o que é pagar um Subsídio de férias ou de Natal a estes senhores:''Tome lá meu caro amigo 350.000 ? para passar férias ou fazer compras de Natal''.
E pagar-lhes esta reforma ... É no mínimo imoral ... Até porque estes cargos não são para técnicos, Mas são de nomeação política .. É isto que lhes retira toda e qualquer credibilidade junto do povo e dos quadros técnicos.
TUDO NOSSO DINHEIRO QUE ALIMENTA ESTE BANQUETE, ONDE A CRISE NÃO BATE À PORTA E Onde há aumentos PARA SEMPRE Amigos
Sunday, May 09, 2010
Novos órgãos sociais da Associação de Colectividades do Concelho de Lisboa
ASSOCIAÇÃO DAS COLECTIVIDADES DO CONCELHO DE LISBOA
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
[ Presidente ]
Casa de Lafões :: Professor Francisco Teófilo
[ Vice-Presidente ]
Sociedade de Instrução e Benevolência A Voz do Operário :: Cecília Sales
[ 1.º Secretário ]
Grupo Sportivo Adicense :: Joaquim Pinho
[ 2.º Secretário ]
Sport Lisboa e Campolide :: Nuno Conceição
[ Vogal ]
Mirantense Futebol Clube :: António Ramos Lucas
DIRECÇÃO
[ Presidente ]
Clube TAP :: Pedro Franco
[ Vice-Presidente do Património e Administração ]
Academia de Santo Amaro :: António Carichas
[ Vice-Presidente da Cultura e Recreio ]
Ginásio do Alto do Pina :: Carlos Jorge Pereira
[ Vice-Presidente do Desporto ]
Sociedade Musical Ordem e Progresso :: Francisco Nascimento
[ Tesoureiro ]
Centro Cultural Dr. Magalhães Lima :: Graça Sequeira
[ 1.º Secretário ]
Academia Recreio Artístico :: Franclim Soares
[ 2.º Secretário ]
Vitória Clube de Lisboa :: João Martins Batista
[ Vogal do Património e Administração ]
2ª Comuna de Alcântara, Cooperativa de Produção e Consumo :: Franclim Correia
[ 1.º Vogal da Cultura e Recreio ]
Grupo Recreativo Escorpiões Futebol Clube :: David Braga
[ 2.º Vogal da Cultura e Recreio ]
Ajuda Clube :: Agnelo Monteiro
[ 1.º Vogal do Desporto ]
Bairro de São João Atlético Clube :: José Augusto Santos
[ 2.º Vogal do Desporto ]
Associação Desportiva e Cultural da Encarnação e Olivais :: António Vicente
[ 3.º Vogal do Desporto ]
Clube Futebol Varejense :: Luís Esteves
CONSELHO FISCAL
[ Presidente ]
Associação Pró-Infância da Mouraria :: José Manuel Gema
[ Secretário ]
Sport Lisboa e Lapa :: João Mozer
[ Relator ]
Casa do Concelho de Castro Daire :: José Augusto Silva
Aos membros dos órgãos eleitos desejamos um excelente mandato e votos de sucesso para levarem a cabo o programa de trabalho apresentado e que é de todas
as colectividades.
A tomada posse será realizada a 14 de Maio de 2010, pelas 21 horas, em:
Sociedade de Instrução e Benevolência A Voz do Operário
Rua da Voz do Operário, 13
1100-575 LISBOA
Acessos pelas carreiras de Eléctrico 28 E e de Autocarro 34.
Todo o Movimento Associativo está convidado a participar nesta Tomada de Posse.
A cabala
Primeira parte: fazer do Parque Mayer uma zona de muita construção para subir a avaliação.
Um plano de Santana Lopes, independentemente do que a lei estabelece sobre 50 metros de zona de protecção do Jardim Zoológico (http://amigosdobotanico.blogspot.com/2009/01/plano-para-o-parque-mayer-vai-abri-lo.html)
Gehry, parte I: o convite de Santana
http://diario.iol.pt/noticia.html?id=104025&div_id=4201
Gehry, parte III: revisão por Carmona
http://diario.iol.pt/noticia.html?id=723077&div_id=4071
Gehry, parte IV: a 4 de Julho de 2007, Costa muda as coisas
http://dn.sapo.pt/inicio/interior.aspx?content_id=660586
Segunda parte: os negócios
Crónicas
http://lisboalisboa2.blogspot.com/2010/04/pcp-sempre-contra-este-negocio-pediu.html
Há vários casos Parque Mayer / Feira Popular
http://lisboalisboa.blogspot.com/2007/02/blog-post_04.html
Não havia direito de preferência
http://lisboalisboa.blogspot.com/2007/02/blog-post_117072231466486286.html
23 de Janeiro de 2008: Costa defende nulidade. Permuta nula porque feita na base de plano ilegal
23 de Janeiro de 2008: PCP reafirma a nulidade
http://pcp.am-lisboa.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=261&Itemid=26
Terceira parte (hoje): Névoa pede indemnização de 150 milhões – como era previsível
Primeiro, pede 50 milhões (há um mês)
http://aeiou.expresso.pt/nevoa-reclama-50-milhoes-a-camara-de-lisboa=f578543
Agora (edição de hoje do 24 Horas, artigo do mesmo Joaquim Gomes que estava no expresso): Névoa diz que vai reclamar da CML a bonita soma de 150 milhões…
Wednesday, May 05, 2010
PS e PSD querem a coberto da «crise» resultante da especulação financeira agravar as condições
Derrotar uma nova e perigosa ofensiva contra os trabalhadores e a soberania nacional
I
O PCP perante a intensa e perigosa operação de carácter especulativo, dirigida a partir dos centros de decisão do grande capital, chama a atenção para inquietante manobra que PS e PSD – associados aos círculos e interesses do capital financeiro e dos grupos económicos – têm em curso para intensificar o ataque às condições de vida e direitos dos trabalhadores e prosseguir a sua politica de desastre económico e social. A Comissão Política do Comité Central do PCP sublinha que a situação em que o país se encontra é resultado da desastrosa política de direita e da sua submissão aos interesses e à chantagem do grande capital nacional e internacional, e reitera que a resposta aos problemas nacionais exige uma urgente ruptura com esta política e uma nova política, patriótica e de esquerda.
II
Os recentes movimentos especulativos do capital financeiro visando a economia portuguesa, a par de operações similares direccionadas contra outros países europeus, são expressão do carácter estrutural e sistémico da crise actual do capitalismo.
Desmentindo categoricamente os discursos da “retoma” e da “luz ao fundo do túnel”, a situação internacional continua a ser marcada por uma persistente recessão económica e um previsível largo período de estagnação – acompanhado pelo aumento do desemprego, pela evolução negativa da procura, pela desindustrialização e pelos crescentes défices públicos – deixando antever novas e ainda mais perigosas explosões de crise, de derivas securitárias, militaristas e anti-democráticas do sistema e de agudização de rivalidades inter-imperialistas.
A “onda” de especulação financeira visando as economias mais vulneráveis e dependentes da zona Euro é resultado da financeirização da economia mundial, da destruição dos tecidos produtivos destas economias e expressão da volatilidade dos mercados financeiros. Tendo como elemento mais visível a acção das Agências de Notação (Rating) ela é também expressão de uma maior e decisiva questão – o processo de integração capitalista e os instrumentos que lhe estão associados: promoção da livre e desregulada circulação de capitais; liberalização dos mercados e crescente financeirização da economia; redução do investimento público a pretexto do Pacto de Estabilidade e Crescimento; desregulamentação das relações laborais e desvalorização dos salários enquanto factores de aumento da exploração; liberalização e privatização dos serviços públicos; concentração de poder económico e político quer no plano mundial quer europeu.
As “classificações” das Agências de Notação de que Portugal, a Grécia e a Espanha são o alvo recente, traduzem uma clara opção sobre o momento e os alvos da dramatização artificial e selectiva dos défices públicos e da especulação financeira a ela associada. Mas são também inseparáveis das decisões políticas do grande capital e das grandes potências (como aliás a reacção da Alemanha e da União Europeia o revelam) e expressam o carácter subalterno que economias como a portuguesa têm no quadro dos interesses dominantes da União Europeia e do Euro.
A nova “onda” especulativa é igualmente inseparável de uma nova fase qualitativa no desenvolvimento da actual crise do capitalismo com a intensificação dos processos de concentração e centralização do capital e o aprofundamento das contradições inter-imperialistas na área económica e em particular na questão monetária entre potências europeias, como a Alemanha, e os Estados Unidos da América.
Os discursos da “responsabilidade” e da “regulação” propagandeados há poucos meses atrás foram rapidamente abandonados na voragem especulativa e exploradora da actual crise do capitalismo. Os “especuladores” contra os quais alguns se parecem indignar não são mais que os idolatrados mercados de ontem que esses mesmos dizem querer “acalmar” satisfazendo mais uma vez as suas imposições.
O PCP chama a atenção para a vasta ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e dos povos visando fazer emergir da actual crise um novo quadro nas relações entre Capital e Trabalho ainda mais favorável aos processos de exploração.
O que está verdadeiramente em curso é um inaceitável e criminoso processo de concentração e centralização capitalista operado em conjunto pelo grande capital transnacional e pelas maiores potências capitalistas mundiais. O tal capital financeiro que recebeu dos cofres dos Estados milhões de milhões de Euros é exactamente o mesmo que agora especula sobre a fragilidade das contas públicas criada por esses mesmos apoios e pela dependência económica. Os mesmos governos que acorreram a salvar o capital financeiro na primeira explosão da actual crise, são os mesmos que, lamentando “os ataques especulativos e a turbulência dos mercados”, correm a aprovar novos planos de exploração capitalista que estendam o tapete ao saque do capital financeiro e transfiram para os trabalhadores e os povos os custos do roubo.
O que fica claro com os mais recentes acontecimentos e decisões - como é bem patente no caso da Grécia - é que o grande capital pretende aumentar a exploração dos trabalhadores e dos povos e potenciar os seus lucros (contando para tal com a colaboração activa de governos submissos) e não “ajudar” ou “apoiar” as economias mais debilitadas, como falsamente tem sido invocado.
Perante as notícias das inaceitáveis medidas impostas à Grécia pela União Europeia e o FMI, e aprovadas e defendidas pelo Governo grego, a Comissão Política do PCP expressa ao povo e aos trabalhadores da Grécia, ao seu movimento sindical de classe e aos comunistas gregos a sua solidariedade.
III
Na União Europeia a crise é usada para a concentração do poder económico e político, para maiores avanços na liberalização dos mercados e para a consolidação do directório das grandes potências.
Um a um, os dogmas da União Europeia e os instrumentos destinados a impor a acelerada integração capitalista caem por terra: do Plano de Estabilidade e Crescimento até às questões orçamentais, do papel e orientação política do Banco Central Europeu ao próprio Euro. O carácter profundamente neoliberal da anunciada Estratégia 2020; a dramatização selectiva dos défices das contas públicas e o modelo em teste na Grécia; as insultuosas propostas, ingerências e ultimatos (como os de Angela Merkel) revelam bem o grau de falsidade dos discursos da solidariedade, da coesão e da “Europa social” e põem em evidência para que servem de facto os instrumentos contidos nos tratados e nas políticas comuns.
Euro e União Económica e Monetária mais não visam do que servir os interesses do capital financeiro e das grandes potências europeias. Não é a cooperação e o desenvolvimento equilibrado e sustentável de todos os povos que se pretende, mas sim o fortalecimento da capacidade dos mais poderosos para impor as suas leis e para continuar a rapina dos recursos e intensificar a troca desigual, com a manutenção de uma Europa de exploração, desemprego e pobreza.
O nosso país não está condenado à inevitabilidade da rendição perante o capital financeiro e as grandes potências. Recuperar a soberania nacional, a capacidade de intervenção sobre a nossa própria economia, desenvolver e proteger o nosso tecido produtivo, criar emprego, apostar num forte e dinâmico sector empresarial do Estado, tirar partido das nossas vantagens comparativas, diversificar as relações económicas, nomeadamente com as chamadas economias emergentes, intervir decididamente por uma alteração de fundo do actual rumo da União Europeia, são decisões que estão ao alcance do povo português e que constituem a única linha real de combate à vulnerabilidade da nossa economia.
IV
O PCP alerta para a manobra que PS e PSD preparam: a pretexto da situação e a coberto de uma condenável atitude de capitulação pretendem dar novos e mais gravosos passos na ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e as condições de vida do povo português.
O encontro que reuniu José Sócrates e Passos Coelho e o indisfarçável comprometimento mútuo que daí resultou em prosseguir e acelerar todas e cada uma das ameaças contidas no PEC desfaz o encenado distanciamento com que o PSD procurou iludir a total identificação com as opções essenciais assumidas pelo PS e é um sinal claro de que o que se prepara são novos sacrifícios e não a resposta aos problemas.
Em nome da ameaça especulativa o que PS e PSD têm em vista – numa elucidativa confluência de interesses do grande capital – é a entrega de mais dinheiro aos especuladores.
O PCP chama a atenção para que a fantasiosa ideia vendida por José Sócrates e Passos Coelho sobre sinais de confiança para “acalmar” os mercados, não só é uma manifesta confissão de capitulação nacional, como uma antecipada declaração de que PS e PSD se preparam para premiar quem especula e chantageia.
Quando se exigia uma nova política, uma enérgica tomada de posição contra as restrições da União Económica e Monetária e a exigência do fim da especulação que estão a arrastar o país para o desastre, o que o grande capital reclama e que PS e PSD adoptam, são novos cortes nos salários, no subsídio de desemprego e noutras prestações sociais, o alargamento da jornada de trabalho, a privatização de serviços e empresas do Estado.
O PCP denuncia as novas restrições agora anunciadas para o subsídio de desemprego que, para lá da desprezível indiferença perante a dignidade humana que patenteia, se afirma como um deliberado instrumento ao serviço do aumento da exploração, da baixa de salários e de incentivo ao despedimento reclamados pelo grande patronato.
Como o PCP há muito vem alertando, o problema central do país não é o défice público ou a dívida pública, mas sim a dívida externa global (pública e privada) em consequência da desindustrialização, da degradação do aparelho produtivo, das privatizações, do domínio do capital estrangeiro e de uma política monetária e cambial conduzida pelo BCE, altamente penalizante das nossas exportações e actividades produtivas.
A saída para os problemas nacionais é inseparável de uma forte afirmação da nossa soberania, que pressupõe um decidido combate à especulação, uma aposta no nosso aparelho produtivo, a valorização dos salários, a dinamização do investimento público. Uma política que inverta o sentido único de agravamento das desigualdades e injustiças e que imponha ao capital financeiro, aos grandes lucros e à especulação bolsista uma tributação que acabe com o chocante regime de mordomias e benesses fiscais.
Mas exige também uma corajosa e patriótica atitude de afirmação dos interesses nacionais e de exigência na União Europeia de medidas que possam responder à especulação e ao ataque à nossa soberania. Uma atitude que defenda a ruptura com o rumo neoliberal e federalista da União Europeia que preside às orientações da sua política económica e monetária e exija o fim do “Pacto de Estabilidade e Crescimento”. Uma atitude que tenha como eixo central a ruptura com as políticas anti-sociais da União Europeia bem patentes na proposta de “Estratégia 2020”. Uma atitude que defenda uma real convergência fundada no progresso social, no apoio à produção nacional, no investimento público, no reforço dos serviços públicos, no emprego com direitos. Uma atitude de firme combate à “livre” circulação de capitais, exigindo nomeadamente o fim dos paraísos fiscais e dos produtos financeiros derivados, assim como o real combate à especulação financeira e bolsista.
O que a situação impõe é uma patriótica afirmação da soberania nacional e de exigência da defesa dos interesses nacionais. O que a situação impõe é uma política de esquerda que rompa decididamente com o rasto de declínio e retrocesso que os sucessivos governos têm imposto ao país. O que a situação impõe é, rejeitando e condenando a atitude de traição nacional das classes dominantes perante os interesses das grandes potências, afirmar um outro rumo capaz de defender o desenvolvimento soberano do país, elevar as condições de vida dos trabalhadores e do povo, promover o progresso e a justiça social.
V
A Comissão Política do PCP sublinha o papel decisivo que a luta de massas – em particular a luta da classe operária e dos trabalhadores – pode e deve assumir para resistir a esta nova ofensiva.
A grandiosa jornada de luta do 1º de Maio e a acção nacional convocada pela CGTP-IN para 29 de Maio são expressão do movimento de protesto e da firme determinação em dar combate e resistir aos novos projectos de intensificação da exploração dos trabalhadores. A Comissão Política do Comité Central do PCP apela a todos os militantes para que, pela sua acção, esclarecimento e mobilização contribuam para ampliar a corrente dos que lutam e resistem contra novos ataques a direitos e afirmem pela sua acção uma inabalável confiança num país mais justo, desenvolvido e soberano.
A acção do PCP centrada na denúncia do PEC, na afirmação de uma outra política e de um outro rumo para o país, com o objectivo de realizar 500 iniciativas até ao fim do Verão, constitui um elemento central no esclarecimento e mobilização populares para resistir aos projectos do governo e para apontar ao país e aos portugueses uma política alternativa, de esquerda e patriótica capaz de responder aos principais problemas nacionais.
04.05.2010
A Comissão Política do Comité Central do PCP
Monday, May 03, 2010
Marca CML
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