Saturday, May 02, 2009

Vital conseguiu que se fale dele e até se compara com Mário Soares. Ele lá sabe

Começo por esclarecer três coisas sobre Vital Moreira: 1. Estudei pelo manual dele e do Gomes Canotilho e foi muito bom para mim que isso tenha acontecido; 2. Foi casado com uma prima da minha mulher; 3. Foi militante do meu Partido.
Acrescento que não o conheço sequer pessoalmente. Vi uma vez, apenas.
Dito isto, em frente.
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Vital foi agredido e isso é muito mau. Foi agredido em dia mau para o ser e isso é muito mau: a agressão ensombra Maio e faz duas coisas péssimas: que Vital, que estava sem garra, abra hoje os telejornais e que as culpas ainda recaiam na esquerda. Portanto, tudo junto, tudo mau.
Lamento tudo isto.
Condeno tudo isto.
Mas, honestamente, uma Zita ou um Vital, depois de terem andado por aqui, virem aqui, chateia qualquer um... até parece que se procuram sarilhos... embora cada um reaja a seu modo.
Não me parece que tenha sido muito bom este candidato do PS (bem sei que é independente - mas aproveitar um 1º de Maio para ali fazer-se notar como candidato...), num dia destes, numa época destas, aparecer ali... meus senhores, se não estavam à procura disto, mais parece que sim - as pessoas sabem que nestes ajuntamentos de tantos milhares, se há milhares que se comntrolam, há quem se solte das formas mais inesperadas...
Nem me passa pela cabeça estar aqui a piorar as coisas ou a dizer que fizeram bem as pessoas que assim reagiram. Nada disso. Se fosse eu, não o teria feito, claro. Se lá estivese, ter-me-ia posto entre os exaltados e Vital, como é evidente.
Mas nunca me impeço de reflectir. E, reflectindo, aí está o que penso. E penso que, se fosse eu e me chamasse Vital, muito menos lá teria ido hoje, evidentemente.
Vital e quem concebeu a operação devia ter reflectido também.
Ao contrário do que pensou quem tal planeou, se planeou, a verdade é que Vital (e o PS) não saem mais prestigiados disto. É que na mentalidade judaico-cristã do nosso Povo (aqueles que poderiam consider Vital um mártir) presume sempre que os mártires fizeram algo a que sae posaa chamar boas acções. Não foi o caso. Para uns passará por mártir de quem ter pena, mas para outros será apenas um provocador detestável: mais detestável hoje do que ontem. Assim funciona a vida política, penso eu.
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Registo com tranquilidade que os restantes membros do PS não foram directamente molestados e que «“muitos participantes” do desfile da CGTP correram em auxílio dos socialistas. “Muitos manifestantes indignaram-se com aquela cena e afirmaram bem alto que aquilo era inadmissível.” (...) Carlos Trindade, dirigente da CGTP, fez questão de “pedir desculpas em seu nome e em nome da Intersindical”, lamentando o sucedido», como leio no «Público Última Hora».
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Agora, o que se seguiu - que foi gravíssimo. É com coisas destas que se arranjam grandes chatices.
A rapidez com que Vitalino Canas apareceu por todo o lado a papaguear coisas é muito suspeita. Muito suspeita mesmo.
Permite pensar que, de certeza, parece que já estava tudo preparado.
Condeno as agressões mas condeno ainda mais as provocações preparadas.
E tudo me indica que esta foi uma dessas da parte de alguém. Nem sei se de Vital nem se da candidatura nem se de alguma das empresas de marketing político que agora qté põem os miúdos a mentir nos tempos de antena do PS - que é o mais provável, para mim.
Isso já era sufientemente mau.
Mas essa de que o PCP tinha de pedir desculpas não lembrava ao diabo.
Quem se julga esse senhor chamado Vitalino Canas para estas aleivosias? Um pouco de contenção fazia-lhe bem. Não gostei nem um bocadinho do que ele disse. Sei que a sondagem de hoje sobre as europeias não lhe agradou nada. Mas daí até procurar a todo o custo aproveitar este incidente para fazer de Vital um mártir, meus senhores, tenham calma.
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Da parte da CGTP, isso sim, já foram pedidas desculpas. E ainda bem. Da parte do PCP, a reacção foi esta: «O PCP manifesta a sua discordância e lamenta os incidentes verificados em Lisboa, num acto isolado de alguns manifestantes» mas «rejeita as acusações, insultos e calúnias dirigidas pelo PS contra o PCP», afirmou (Francisco Lopes) - leio no site da TVI24.
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Pelo meu lado, repito que lamento e que tudo isto seria bem mais útil se não tivesse acontecido. A começar pela inclusão de Vital na comitiva do PS que foi ao Martim Moniz. A que propósito é que este candidato, um independente, vai representar um partido?
E reafirmo que o PS e Vital saem a ganhar visibilidade de uma candidatura cheia de incidentes negativos e sem garra e em dia de má sondagem (como pode ler aqui).
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À margem:
E isto, não foi provocação? Com um membro da direcção da UGT e tudo?
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Entretanto, o PCP emitiu uma Nota sobre o assunto. Pode ler aqui.

2 comments:

Anonymous said...

Pois é mas o Carlos Trindade, não é própriamente o rosto da Inter e esse disse que não tinha que pedir desculpas.
Por mais que queiram apagar aquela nódoa não vale a pena porque não há detergente que lhes valha.

Anonymous said...

É claro que tanto a CGTP como o PCP condenam a agressão (ou tentativa dela) de que foi alvo Vital Moreira, tanto mais que até tinha sido convidado para estar presente na cerimónia. Porém, há uma questão que se compreende não seja referida pelas organizações envolvidas. Porém, quanto aos analistas já não se percebe porque não é referida, a saber:

1º) Porque é que Vital Moreira, em vez de ir para a tribuna e para junto da direcção da CGTP, onde nada se teria passado, decidiu passear-se pela Av. Almirante Reis?

2º) Quereria testar a mole humana que por ali desfilava e que deveria calcular já está suficientemente traumatizada pela política do PS? Não se passou nada: ele que vá para um jogo de futebol, Porto/Benfica, para junto da claque dos "NO NAME BOYS" com um cachecol do F.C.Porto e depois logo vê o que lhe acontece (ou vice-versa)!

3º) Será que Vital Moreira procurava o inevitável? ou será que é mesmo inocente?

4º) Sabendo Vital Moreira que aquela era uma concentração da CGTP, porque exige desculpas ao PCP?

5º) Será que estão a faltar analistas verdadeiramente independentes à nossa TV?

Zé da Burra o Alentejano