AS DECLARAÇÕES DO SENHOR CARDEAL PATRIARCA
A 13 de Janeiro do corrente, numa comemoração no Casino da Figueira da Foz, o Senhor Cardeal Patriarca, D. José Policarco, emitiu uma série de indicações dirigidas às mulheres e jovens portuguesas no sentido de as pôr de sobreaviso no que respeita a eventuais relações amorosas com elementos do sexo oposto que professem o islamismo.
Numa entrevista conduzida em tom informal, o Senhor Cardeal fez preceder o seu apelo de um curioso “aos amores”, taxou o diálogo com “os nossos irmãos muçulmanos” de “muito difícil” e realçou prováveis consequências nefastas (“uma carga de sarilhos”) que tais amores poderiam acarretar para mulheres portuguesas que estabelecessem relações matrimoniais com islamitas.
Tais declarações contrariam e dificultam o diálogo inter-cultural, são discriminatórias. Levam naturalmente a que se pergunte por que não se levantam questões de teor semelhante a outras confissões religiosas e, numa altura em que na Faixa de Gaza se trava uma guerra genocida, poderão dar azo a especulações ainda mais comprometedoras.
Os posteriores ensaios de rectificação de representantes do Patriarcado e as reacções indignadas da comunidade islâmica e de casais islâmicos e católicos não fazem senão salientar o desacerto de tais considerações.
A Frente Anti-Racista repúdia as reflexões do Senhor Cardeal Patriarca, e julga que o Patriarcado Português lhes deve dar formalmente um sentido mais aberto e consentâneo com o pensar e o sentir dos habitantes do território nacional, das diferentes comunidades que a integram, com os portugueses e com os católicos portugueses.
A Direcção da Frente Anti-Racista
Lisboa, 14 de Janeiro de 2009
A 13 de Janeiro do corrente, numa comemoração no Casino da Figueira da Foz, o Senhor Cardeal Patriarca, D. José Policarco, emitiu uma série de indicações dirigidas às mulheres e jovens portuguesas no sentido de as pôr de sobreaviso no que respeita a eventuais relações amorosas com elementos do sexo oposto que professem o islamismo.
Numa entrevista conduzida em tom informal, o Senhor Cardeal fez preceder o seu apelo de um curioso “aos amores”, taxou o diálogo com “os nossos irmãos muçulmanos” de “muito difícil” e realçou prováveis consequências nefastas (“uma carga de sarilhos”) que tais amores poderiam acarretar para mulheres portuguesas que estabelecessem relações matrimoniais com islamitas.
Tais declarações contrariam e dificultam o diálogo inter-cultural, são discriminatórias. Levam naturalmente a que se pergunte por que não se levantam questões de teor semelhante a outras confissões religiosas e, numa altura em que na Faixa de Gaza se trava uma guerra genocida, poderão dar azo a especulações ainda mais comprometedoras.
Os posteriores ensaios de rectificação de representantes do Patriarcado e as reacções indignadas da comunidade islâmica e de casais islâmicos e católicos não fazem senão salientar o desacerto de tais considerações.
A Frente Anti-Racista repúdia as reflexões do Senhor Cardeal Patriarca, e julga que o Patriarcado Português lhes deve dar formalmente um sentido mais aberto e consentâneo com o pensar e o sentir dos habitantes do território nacional, das diferentes comunidades que a integram, com os portugueses e com os católicos portugueses.
A Direcção da Frente Anti-Racista
Lisboa, 14 de Janeiro de 2009
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