Por Carlos Moura
Com a recente intervenção israelita em Gaza voltaram a ouvir-se os coros dos indefectíveis alinhados com Israel e a Administração Norte-americana, que já no Iraque asseveravam a existência de armas de destruição maciça, e acusavam de pró-Sadam todos os que duvidassem ou pusessem em causa essa existência alcandorada a alturas de verdade absoluta.
Neste caso asseguram que a única postura possível a tomar é condenar o Hamas e apoiar Israel no seu direito à defesa e à defesa da vida e segurança dos seus cidadãos. Afinal, afirmam eles, Israel é um estado democrático que até permite manifestações anti-guerra. Logo, quem assim não pensa está irremediavelmente tocado pela desonestidade intelectual de comparar actos terroristas com actos militares.
Porém o que na sua inalcançável sapiência não explicam é o que tem a construção de um muro que retalha territórios, populações, propriedades produtivas e serviços como escolas e hospitais com acções militares; O que tem a destruição de casas, hortas e pomares à força de bulldozers com a defesa da vida de cidadãos israelitas; O que tem o encerramento de territórios palestinianos à entrada de alimentos e medicamentos a ver com o atingir de alvos militares; E finalmente, qual a relação de uma acção militar, com o bombardeamento de alvos como residências, estabelecimentos de ensino ou locais de culto?
Nem sequer pode colher o argumento de que foi o Hamas a iniciar o confronto, porquanto assegura um jornal de referência da nossa praça que: “A 4 de Novembro Israel assassinou seis membros do Hamas, violando (…) uma trégua, que estabeleceu com o movimento islâmico (…) a 17 de Junho”.
Não tenho especiais razões de simpatia com o movimento Hamas, nem é a sua solução a que preconizo para o conflito isrelo-palestiniano, mas daí a negar que a actuação de Israel tem sido e continua sendo terrorista e criminosa, é algo que apenas por absoluto sectarismo se pode fazer.
Se isto não é terrorismo, será o quê?
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