Tuesday, September 11, 2007

Comunicado da SOS Racismo sobre Nogueira Pinto, a Baixa e as lojas de chineses

Maria José Nogueira Pinto defende limpeza étnica na Baixa

A ex-vereadora Maria José Nogueira Pinto e que ao que tudo indica será também a futura Comissária
para a Reabilitação da Baixa-Chiado defendia já em Junho 2006, em declarações ao Jornal Público que a
cidade de Lisboa, mais especificamente sobre a Baixa lisboeta, não era “uma fruteira onde se possam
meter bananas, maçãs, e laranjas e dizer que está tudo bem.” Isto a propósito de uma proposta de
incentivo e apoio à habitação que ela apresentara enquanto vereadora da acção social, onde ela defendeu
clara e explicitamente a exclusão dos imigrantes deste projecto. E agora, veio dizer que a reabilitação da
Baixa passa pela limpeza étnica, defendendo não apenas o fim das lojas chinesas mas também a construção
de um gueto, ou seja a criação de uma chinatown.
Maria José Nogueira Pinto declara que quer “travar a proliferação das lojas chinesas, porque se
continuam naquele território, nunca mais vai ser possível deitar a mão ao pequeno comércio.” Diz
ainda a antiga vereadora que as lojas chinesas “estão a dar cabo do comércio da cidade.”
Quando é que a Nogueira Pinto, tal como o PNR, afixará cartazes a exigir a limpeza étnica da Baixa,
apelando aos lisboetas para correrem com todos os imigrantes da cidade?
O racismo subtil e ordinário que está por detrás destas declarações assumem uma gravidade maior por
serem enquadradas no âmbito de uma intervenção política pública.
Não é admissível que uma personalidade com as responsabilidades públicas e políticas que ela já
desempenhou e irá desempenhar no âmbito da reabilitação de um espaço público que é de todos, promova o
racismo e a xenofobia.
Depois das suas declarações claramente racistas em Junho do ano passado, as razões eram mais que
suficientes para ela não ser convidada a desempenhar funções que incidem sobre a gestão do espaço público.
Agora resta saber o que pensa a CML e o seu executivo depois de a futura responsável pela reabilitação
da Baixa ter publicamente manifestado o seu racismo contra os chineses.
Manter o silêncio como se nada fosse e manter o convite seria compactuar claramente com o
racismo.


Ler aqui, no site do BE.

3 comments:

lorenzetti said...

Sinceramente não vou à baixa. Adorava, mas não vou. É um pouco como África: tenho medo e calor.

A Baixa -- não confundir com o Chiado, bem mais elegante, embora ainda pouco sofisticado [e foi daí que veio a foto] -- resume-se a lojas decadentes, ruas estreitas e sujas, com carros e sem espaço para pessoas -- e também sem espaço para parar os carros.

Estou-me nas tintas para a ideia de tirar as lojas chinesas da Baixa. Se não fosse pelos acordos da OMC e a Constituição Portuguesa, bem como as boas relações diplomáticas com a China, era e é, sobretudo, porque as restantes não são muito piores.

Tem de agir-se na Baixa.

Mas essa acção não se resume -- nem pode incluir -- a retirada de lojas chinesas da Baixa. Sobretudo para as colocar numa duvidosa 'Chinatown', que seria ainda pior, arriscando-nos a ter um ghetto povoado ou pelo menos dominado por máfias asiáticas sinistras e perigosas, se não para quem lá fosse, para quem lá vivesse ou trabalhasse.

O que é preciso na Baixa -- como de resto no resto de Lisboa e no resto do país -- é limpeza e qualidade.

Limpar ruas e paredes, pintá-las, ter espaço para carros e pessoas, ter transportes públicos decentes, ter segurança nas ruas, e ter lojas limpas, com boa apresentação, produtos de qualidade, atendimento profissional.

Fim às lojas sujas, mal-cheirosas, mal amanhadas, com tudo amontoado, empregados antipáticos e ignorantes e que muitas vezes nem falam português e muito raramente inglês, fim aos preçários feitos à mão em papel de rascunho com canetas de feltro, colocados na rua mesmo para se tropeçar ou ser atropelado ao usar a estrada, fim às montras de mau gosto, à falta de ar condicionado, aos produtos de plástico ranhoso ou que não interessam para nada, às lojas sem multibanco ou que não aceitam cheques, ou que têm sempre tudo esgotado, ou que fecham aos fins de semana ou nas férias, ou à tarde, ou ao almoço, fim às lojas que não fazem embrulhos de presente ou os fazem mal, e aos empregados que nos atendem como se fosse uma deferência ou favor da parte deles...

Parece que só se consegue algo de jeito indo à Carolina Herrera, à Zegna ou à Vuitton na Avenida da Liberdade [e mesmo assim...].

É isto que é preciso mudar, e isto abrange tanto lojas chinesas, como portuguesas, como indianas. Todas. Em Lisboa e fora dela. E nem vamos falar de cafés, bares ou restaurantes... para não perder a sede ou o apetite.

Não pode ser.

Se conseguirmos isto, podemos considerar-nos civilizados. Para já, vou aos saldos de Londres. É que nem sai mais caro...

Anonymous said...

A hipócrisia não tem limites, esta Sra. tem num edificio seu uma loja arrendada a...chineses!
Moaralidade? É palavra desconhecida para alguns políticos.

Jason said...

Os Chineses fazem o que querem de nós no País deles, seja por que motivos forem... A vareadora que até tem razão no que diz dizem que é racista! Não percebo onde é que o ocidente anda com a cabeça. SOMOS RACISTAS PORQUE DEFENDEMOS O NOSSO COMÉRCIO? SOMOS RACISTAS PORQUE UMA POPULAÇÃO COM OLHOS RASGADOS NOS ESTÃO A TIRAR EMPREGO? ... RACISTAS SÃO AQUELES QUE PROTEGEM OS CHINESES E QUE ATRASAM O NOSSO PAÍS!