Autarca da CDU recusou, por considerar que a proposta é "mais uma forma airosa de a câmara enxotar responsabilidades para cima das juntas"
A Câmara de Lisboa escolheu três juntas de freguesia para uma experiência-piloto de gestão da limpeza: Alcântara (recusou), Benfica (aceitou) e Marvila (ainda não decidiu). O presidente da autarquia, António Costa, propôs um protocolo para a transferência de competências para tentar melhorar a limpeza da cidade. Da Junta de Freguesia de Alcântara, José Godinho (CDU), disse que recusou o protocolo - que previa reuniões quinzenais com o vereador da Higiene Urbana, José Sá Fernandes, e o director municipal do sector - por considerar que não representava melhorias, por não implicar mais dinheiro ou mais meios. "Não se trataria de transferência de competências. Tratar-se-ia de um grupo, em que a junta seria minoritária, que ia reunir de 15 em 15 dias para tomar medidas que eu não sei quais seriam. Nestes moldes, recusei o protocolo", explicou o autarca, citado pela agência Lusa. "Seria mais uma forma airosa de a câmara enxotar responsabilidades para cima das juntas. Quando a freguesia não estivesse limpa, já podia dizer que a culpa era da junta". Na carta que dirigiu a António Costa para recusar o protocolo, o autarca comunista afirmou que "não tem sido por falta de disponibilidade do presidente desta junta de freguesia em se reunir com responsáveis da CML que Alcântara tem as suas ruas sujas e os contentores do lixo e os ecopontos não são lavados, nem é por falta de encaminhamento das queixas e sugestões da população da freguesia, que são sempre encaminhadas para a CML, que os problemas não são resolvidos". Posição contrária manifestou o social-democrata Domingos Pires, da Junta de Freguesia de Benfica, para quem se trata de "beneficiar e colaborar com a população, prestando atenção à comunidade". "A junta deu o seu acordo a esta forma de gestão aberta, desde que se faça em benefício da população. Não se trata de atribuição de competências, mas é uma parceria. A higiene urbana continua a ser liderada pela CML e nós participaremos nesta comissão para articular melhor a limpeza da freguesia". Quanto à Junta de Freguesia de Marvila, o seu presidente, Belarmino Silva (PS), disse que ainda está a analisar a proposta, só devendo tomar uma posição definitiva na semana que vem. Falta de meios e de pessoal, não acompanhando o crescimento da cidade, é uma das queixas dos trabalhadores de limpeza urbana da Câmara de Lisboa, que entram hoje em greve por quatro dias. A paralisação resulta ainda da possível concessão da limpeza na Baixa-Chiado a uma empresa privada.
A Câmara de Lisboa escolheu três juntas de freguesia para uma experiência-piloto de gestão da limpeza: Alcântara (recusou), Benfica (aceitou) e Marvila (ainda não decidiu). O presidente da autarquia, António Costa, propôs um protocolo para a transferência de competências para tentar melhorar a limpeza da cidade. Da Junta de Freguesia de Alcântara, José Godinho (CDU), disse que recusou o protocolo - que previa reuniões quinzenais com o vereador da Higiene Urbana, José Sá Fernandes, e o director municipal do sector - por considerar que não representava melhorias, por não implicar mais dinheiro ou mais meios. "Não se trataria de transferência de competências. Tratar-se-ia de um grupo, em que a junta seria minoritária, que ia reunir de 15 em 15 dias para tomar medidas que eu não sei quais seriam. Nestes moldes, recusei o protocolo", explicou o autarca, citado pela agência Lusa. "Seria mais uma forma airosa de a câmara enxotar responsabilidades para cima das juntas. Quando a freguesia não estivesse limpa, já podia dizer que a culpa era da junta". Na carta que dirigiu a António Costa para recusar o protocolo, o autarca comunista afirmou que "não tem sido por falta de disponibilidade do presidente desta junta de freguesia em se reunir com responsáveis da CML que Alcântara tem as suas ruas sujas e os contentores do lixo e os ecopontos não são lavados, nem é por falta de encaminhamento das queixas e sugestões da população da freguesia, que são sempre encaminhadas para a CML, que os problemas não são resolvidos". Posição contrária manifestou o social-democrata Domingos Pires, da Junta de Freguesia de Benfica, para quem se trata de "beneficiar e colaborar com a população, prestando atenção à comunidade". "A junta deu o seu acordo a esta forma de gestão aberta, desde que se faça em benefício da população. Não se trata de atribuição de competências, mas é uma parceria. A higiene urbana continua a ser liderada pela CML e nós participaremos nesta comissão para articular melhor a limpeza da freguesia". Quanto à Junta de Freguesia de Marvila, o seu presidente, Belarmino Silva (PS), disse que ainda está a analisar a proposta, só devendo tomar uma posição definitiva na semana que vem. Falta de meios e de pessoal, não acompanhando o crescimento da cidade, é uma das queixas dos trabalhadores de limpeza urbana da Câmara de Lisboa, que entram hoje em greve por quatro dias. A paralisação resulta ainda da possível concessão da limpeza na Baixa-Chiado a uma empresa privada.
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