Wednesday, July 05, 2006

Lisboa: viaturas da Câmara param por falta de peças


Há falta de peças, há falta de dinheiro para pagar o regresso de viaturas (por exemplo dos Sapadores Bombeiros) que foram para oficianas que as retêm por falta de pagamento, há más condições de trabalho nas Oficinas Municipais, designadamente as dos Olivais... E há numerosas viaturas pesadas paradas noutras instalações nas proximidades - talvez escondidas dos olhares gerais.
Isto é o que se conta.
Ontem, sindicalistas e vereadores do PCP fizeram ali uma visita.
Agora, as notícias sobre este assunto:

1. Lusa / Joana Haderer

Lisboa, 04 Jul (Lusa) – Trabalhadores das oficinas da Câmara
de Lisboa vão exigir quarta-feira um esclarecimento do vereador
responsável pela frota municipal sobre o futuro do Departamento de
Reparação e Manutenção Mecânica (DRMM), que afirmam estar em risco de
paralisar.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Município de
Lisboa (STML), o departamento, com mais de 250 funcionários, enfrenta
uma “crescente falta de condições”, devido a atrasos no fornecimento
de materiais, como peças e acessórios.
Fonte do gabinete do vereador responsável, Pedro Feist,
afirmou-se espantada com a posição dos trabalhadores, que classificou
como “extemporânea”, garantindo que segunda-feira foi distribuída uma
nota a todo o departamento a garantir que a situação irá voltar à
normalidade.
Para o vereador, esta é uma “falsa questão” do sindicato.
Segundo o sindicato, as oficinas deste departamento, que
asseguram a operacionalidade das viaturas da autarquia lisboeta,
poderão chegar a uma situação de “paralisia total”.
Em declarações à Lusa, o presidente do STML, Libério
Domingues, relatou situações de viaturas paradas nas oficinas por
falta de parafusos ou tubos hidráulicos, que “implicam custos
insignificantes”.
“Há um veículo do serviço Lx Porta-a-Porta que está parado há
três meses porque precisa de um vidro”, acrescentou o dirigente
sindical, adiantando que a falta de peças se deve a atrasos do
pagamento da autarquia às empresas fornecedoras.
Segundo Libério Domingues, os trabalhadores vão realizar um
plenário frente ao gabinete do vereador responsável pela frota
municipal, Pedro Feist, na Rua Alexandre Herculano, exigindo ser
recebidos pelo autarca.
“Queremos questionar o vereador sobre o futuro deste
departamento, porque constatamos diariamente que há grandes
dificuldades para manter a sua existência”, uma situação levantada
numa moção aprovada a 23 de Maio por unanimidade pelos trabalhadores
do departamento, mas que ficou sem resposta por parte de Pedro Feist,
referiu o presidente do sindicato.
Libério Domingues adiantou que os funcionários receiam que os
serviços possam vir a ser entregues a empresas externas à autarquia.
O receio dos trabalhadores é negado numa nota distribuída
segunda-feira, assinada pelo director municipal de Ambiente Urbano,
Ângelo Mesquita, depois de na sexta-feira passada se ter reunido com o
presidente do sindicato.
“As dificuldades momentâneas sentidas ao nível do fornecimento
de peças e sobressalentes ficou a dever-se a constrangimentos pontuais
de índole orçamental e não à inflexão política da administração do
município relativamente à manutenção em plena laboração de todos os
serviços do DRMM”, afirma a nota, a que a Lusa teve acesso.
O documento adianta que foi aprovado a 14 de Junho um reforço
orçamental “referente a combustível e lubrificantes, material de
transporte – peças, conservação de bens e locação de material de
transporte”, com as “dotações consideradas necessárias”, o que
“permitirá normalizar o fornecimento de peças e sobressalentes”.
Para a fonte do gabinete de Pedro Feist, “não há motivo” para
receber quarta-feira os trabalhadores.
Os vereadores da CDU da autarquia visitaram esta manhã as
oficinas da Câmara e anunciaram a intenção de apresentar ao executivo
liderado por Carmona Rodrigues (PSD) uma lista com alguns das questões
mais importantes que verificaram.
“Há problemas complicados de funcionamento, como dificuldades
com peças, falta de condições de trabalho, atrasos em intervenções
várias”, afirmou à Lusa o vereador Ruben de Carvalho, considerando que
os trabalhadores “fazem verdadeiros milagres para pôr os carros a
funcionar”.
Segundo o comunista, a situação deve-se à falta de pagamento
da Câmara aos fornecedores, o que leva a “créditos cortados”.

2. Jornal de Notícias / Ana Fonseca

Oficinas municipais a meio gás


O estado da frota municipal, principalmente da que integra o serviço de Higiene Urbana, alertou os vereadores e deputados municipais da CDU que, ontem, visitaram o Departamento de Reparação e Manutenção Mecânica da Câmara de Lisboa. "A frota com uma idade média de 12 anos necessita de reparações constantes. Porém, parece que não há dinheiro para comprar peças", disse ao JN o vereador Ruben de Carvalho.

Se não fosse, adiantou o autarca, "a grande qualidade sob o ponto de vista humano daquele serviço, a recolha de lixo na cidade seria muito complicada". Ruben de Carvalho salienta, no entanto, que as condições de trabalho dos funcionários daquele departamento "não são as melhores". "A exaustão de gases, por exemplo, é extremamente deficiente", sustenta.

A frota que, lembra o vereador, "foi maioritariamente adquirida durante o mandato da coligação de Esquerda na autarquia". Como não houve, entretanto, qualquer renovação, encontra-se num estado que exige uma intervenção constante devido "à idade e ao desgaste que sofre, tendo em conta o serviço que desempenha", justifica. Há, garante Ruben de Carvalho "máquinas avariadas e paradas há bastante tempo".

Porém, de acordo com informações transmitidas, no local, ao vereador, não há peças para substituir as que já não funcionam. Por outro lado, referiu, "também existem problemas com as empresas fornecedoras, alegadamente por falta de pagamento por parte da autarquia."

Ruben de Carvalho defende a definição de uma política de aprovisionamento que permita ultrapassar a actual situação. Esta será uma das medidas que os eleitos da CDU se preparam para apresentar à Câmara e ao vereador responsável pela frota municipal. "Na sequência da visita, vamos fazer um elenco das medidas prioritárias a adoptar para que estes serviços comecem a funcionar de forma adequada" concluiu o autarca.

3. Notícias da Manhã

Oficinas da CML

Trabalhadores das oficinas da Câmara de Lisboa vão exigir quarta-feira um esclarecimento do vereador responsável pela frota municipal sobre o futuro do Departamento de Reparação e Manutenção Mecânica (DRMM), que afirmam estar em risco de paralisar. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), o departamento, com mais de 250 funcionários, enfrenta uma "crescente falta de condições", devido a atrasos no fornecimento de materiais, como peças e acessórios. Fonte do gabinete do vereador responsável, Pedro Feist, afirmou-se espantada com a posição dos trabalhadores, que classificou como "extemporânea", garantindo que segunda-feira foi distribuída uma nota a todo o departamento a garantir que a situação irá voltar à normalidade.

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