Bairro azul: oposição ao estacionamento subterrâneo
(Lusa)
Associações de cidadãos e ambientalistas contestam a construção de um parque de estacionamento subterrâneo no Bairro Azul, Lisboa, mas o presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião da Pedreira garante que o projecto ainda está por decidir.
A Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados, o Fórum Cidadania Lisboa, a Quercus e representantes dos moradores enviaram uma carta ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), António Carmona Rodrigues (PSD), a pedir a "não aprovação definitiva" da construção de um parque de estacionamento subterrâneo na Avenida Ressano Garcia, com capacidade para cerca de 100 lugares.
No documento, a que a agência Lusa teve acesso, as associações contestam o projecto, apresentado na semana passada em Assembleia de Freguesia de São Sebastião da Pedreira, que consideram ser "lesivo para aquela zona de Lisboa, do ponto de vista patrimonial, arquitectónico, estético e ambiental".
A carta, que foi também enviada aos vereadores Marina Ferreira (Mobilidade), Gabriela Seara (Urbanismo) e António Prôa (Ambiente), sublinha que a eventual construção do parque "irá destruir de forma irreversível o desenho e a harmonia daquele bairro tão ilustre".
Para as associações, o projecto poderá também "pôr em risco as fundações do magnífico edificado", além de "destruir as árvores que ali existem".
Em alternativa à construção do estacionamento subterrâneo, os subscritores da carta propõem a criação de medidas de fiscalização do estacionamento ilegal, a ampliação do horário de obrigatoriedade de pagamento de parqueamento e o aumento das tarifas.
As associações defendem ainda a erradicação do estacionamento selvagem, a limitação da circulação automóvel e da velocidade.
Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião da Pedreira, Nelson Antunes (PSD), afirmou que "não há nada de transcendente" em relação ao projecto do parque de estacionamento, da autoria do arquitecto Miguel Correia.
Segundo o autarca, o projecto ainda não foi aprovado pela CML, existindo apenas algumas conversações entre os serviços camarários e o arquitecto e promotor do projecto.
Nelson Antunes adiantou que o projecto inicial previa o derrube das árvores no local previsto para a localização do parque, mas a autarquia terá sugerido um "modo de construção semelhante aos parques de Paris, junto ao Arco do Triunfo, sem prejudicar as árvores".
O presidente lamentou não ter tido qualquer conhecimento da carta enviada à Câmara Municipal, salientando ter um "bom relacionamento" com os moradores e que nada é feito naquela freguesia sem a "concordância" da população local.
"É pena que essas entidades não tivessem feito chegar o que pensam à Junta de Freguesia. Seria de bom-tom", defendeu Nelson Antunes.
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