Tuesday, July 02, 2013

O País: opções e não-opções


Por uma vez, e dada a situação séria que aí está na política nacional, atrevo-me a fazer um ponto para os leitores.
Acompanhei desde ontem com particular pormenor tudo o que está em cima da mesa.
Tenho analisado as opções.
Se lhe interessar, leia.


Os mercados da dívida soberana reagiram de imediato: uma subida de 6,6 para 7% em vários prazos. Os investidores da Bolsa reagiram baixando cerca de 1 ponto os negócios. Amanhã se verá mais.
Nestas poucas linhas, vou sobretudo chamar a sua atenção para aquilo que é menos mostrado na comunicação social.
Interessam-me, basicamente, nesta altura, as opções e as não-opções.
Por exemplo: não é opção neste exacto momento que Cavaco Silva venha a tomar uma atitude de exoneração do primeiro-ministro. Ele recusa. E escuda-se na sua interpretação da Constituição da república Portuguesa. Ponto final: não é opção.
Outro caso: o de alguém do CDS vir a ocupar o cargo de Portas. Porque ele ainda é Presidente do partido. E sentiu-se achincalhado por Passos Coelho ao nem sequer o consultar para acordo sobre o nome do novo titular das Finanças. Só se amanhã Portas se demitir.
Nova não-opção: Passos disse que ia esta noite, antes de amanhã seguir para uma reunião europeia, convencer o CDS e esclarecer as situações.

Desconsiderações

Portas queixa-se há muito de ser desconsiderado. Mas agora pagou-lhes a todos: não avisou o CDS da demissão, não disse nada a Cavaco nem a Passos. Bem ao seu modo.
Mais e mais grave: no momento da tomada de posse dos secretários de Estado (cerca das 17 e 15) já as redacções tinham o comunicado de demissão de Portas havia 50 minutos. O membro do CDS que tomou posse como secretário de Estado foi desconsiderado por Portas.
Os ministros do CDS não foram à tomada de posse de Maria Luís. Mas não disseram a verdade: justificaram-se com banalidades para não irem. Desconsideraram toda a gente que lá estava.

Incongruências

O silêncio e a negação de Cavaco.
A atitude de força de Passos que sem maioria sozinho não debate com Portas o nome para substituir Gaspar.
A atitude de Portas que não avisa ninguém e que nem sequer manda o comunicado para o ‘site’ do CDS…
Etc.

Opções

1ª – Eleições, claro.
2ª – CDS continua no Governo e substitui Portas.
3ª – CDS sai do Governo mas garante aprovações na AR. PSD recompõe o Governo.
4ª – PSD leva moção de confiança à AR. Arrisca-se, mas o jogo é duro.

Pode ler ou reler aqui o que foi acontecendo.


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