Por uma vez, e dada a
situação séria que aí está na política nacional, atrevo-me a fazer um ponto
para os leitores.
Acompanhei desde
ontem com particular pormenor tudo o que está em cima da mesa.
Tenho analisado as
opções.
Se lhe interessar,
leia.
Os mercados da dívida soberana reagiram de imediato: uma
subida de 6,6 para 7% em vários prazos. Os investidores da Bolsa reagiram
baixando cerca de 1 ponto os negócios. Amanhã se verá mais.
Nestas poucas linhas, vou sobretudo chamar a sua atenção
para aquilo que é menos mostrado na comunicação social.
Interessam-me, basicamente, nesta altura, as opções e as não-opções.
Por exemplo: não é opção neste exacto momento que Cavaco
Silva venha a tomar uma atitude de exoneração do primeiro-ministro. Ele recusa.
E escuda-se na sua interpretação da Constituição da república Portuguesa. Ponto
final: não é opção.
Outro caso: o de alguém do CDS vir a ocupar o cargo de Portas.
Porque ele ainda é Presidente do partido. E sentiu-se achincalhado por Passos
Coelho ao nem sequer o consultar para acordo sobre o nome do novo titular das
Finanças. Só se amanhã Portas se demitir.
Nova não-opção: Passos disse que ia esta noite, antes de
amanhã seguir para uma reunião europeia, convencer o CDS e esclarecer as situações.
Desconsiderações
Portas queixa-se há muito de ser desconsiderado. Mas agora
pagou-lhes a todos: não avisou o CDS da demissão, não disse nada a Cavaco nem a
Passos. Bem ao seu modo.
Mais e mais grave: no momento da tomada de posse dos
secretários de Estado (cerca das 17 e 15) já as redacções tinham o comunicado
de demissão de Portas havia 50 minutos. O membro do CDS que tomou posse como
secretário de Estado foi desconsiderado por Portas.
Os ministros do CDS não foram à tomada de posse de Maria Luís.
Mas não disseram a verdade: justificaram-se com banalidades para não irem. Desconsideraram
toda a gente que lá estava.
Incongruências
O silêncio e a negação de Cavaco.
A atitude de força de Passos que sem maioria sozinho não
debate com Portas o nome para substituir Gaspar.
A atitude de Portas que não avisa ninguém e que nem sequer
manda o comunicado para o ‘site’ do CDS…
Etc.
Opções
1ª – Eleições, claro.
2ª – CDS continua no Governo e substitui Portas.
3ª – CDS sai do Governo mas garante aprovações na AR. PSD
recompõe o Governo.
4ª – PSD leva moção de confiança à AR. Arrisca-se, mas o
jogo é duro.
Pode ler ou reler aqui o que foi acontecendo.
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