Há muito que ninguém fala de linces em Malcata - que eu saiba.
Há uns tempos li no Notícias ao Minuto (um site muito útil que pode ser consultado
aqui quando se quiser) a peça da Lusa que segue sobre o lince ibérico. Vale a pena.
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População de linces ibéricos pode triplicar até ao próximo século - Estudo
Madrid, 21 jul - O lince ibérico, que atualmente só sobrevive em liberdade no sudoeste da Península Ibérica, pode chegar aos 900 exemplares no início do próximo século, se se integrarem os modelos de alteração climática na sua conservação.
Lusa
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Madrid, 21 jul - O lince ibérico, que atualmente só sobrevive em liberdade no sudoeste da Península Ibérica, pode chegar aos 900 exemplares no início do próximo século, se se integrarem os modelos de alteração climática na sua conservação.
Esta é a principal conclusão de um estudo publicado na revista Nature Climate Change, no qual participam investigadores do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), coordenados pelo investigador do Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid, o português Miguel Bastos Araújo, e da Universidade de Adelaide, na Austrália.
Estima-se que entre 250 e 300 linces ibéricos sobrevivam atualmente em liberdade, distribuídos em duas populações diferentes e que se localizam no sudoeste da Península Ibérica.
Elaborar planos para a reintrodução desta espécie, que incluam os fatores das alterações climáticas, poderia aumentar a população dos linces ibéricos até 900 exemplares, divididos por 25 a 31 populações distintas.
Modelos preditivos das alterações climáticas preveem um aumento da temperatura, que poderia tornar hostis as áreas onde atualmente se concentram os esforços para reintroduzir o lince ibérico, indicam os pesquisadores.
"Os planos de reintrodução deveriam centrar-se em zonas historicamente associadas a esta espécie e que apresentem no futuro as condições indicadas", explicou o investigador do Museu Nacional de Ciências Naturais do CSIC e diretor desta investigação, o português Miguel Bastos Araújo, também professor e investigador convidado da Universidade de Évora.
A investigação detetou mais de 40 áreas climaticamente suscetíveis de albergar o lince ibérico até metade do século XXI.
Além do clima, a abundância de coelhos bravos -- a sua única presa -- e as alterações do uso do solo são outras das variáveis que foram tidas em conta pela equipa de investigação, durante os cinco anos de estudo.
Miguel Bastos Araújo foi distinguido, em junho, com o prémio Ebbe Nielsen, concedido anualmente pelo Global Biodiversity Information Facility (GBIF).
De acordo com a Universidade de Évora, o investigador adiantou então que o valor do prémio (30 mil euros) seria aplicado ao desenvolvimento de uma plataforma experimental de investigação que tem por objetivo analisar e validar previsões do impacto de alterações climáticas sobre a biodiversidade, em diferentes locais.
MCL // MAG