Nota do Movimento
Caderno Reivindicativo
Há muito, enquanto grupos de utentes de várias zonas de Lisboa, vínhamos questionando a pertinência da exiguidade de horários nocturnos e dos percursos que serviam as nossas freguesias, bem como a completa ausência de cobertura de importantes zonas habitacionais das mesmas. Porém, a situação criada com a implementação da primeira fase, mas principalmente da segunda fase, desta reestruturação tornou imperativa a tomada de posição e luta contra as medidas adoptadas.
A similitude de problemas e a identidade de objectos conduziram a que quatro destas Comissões, muito embora existam mais na Cidade de Lisboa, se tenham Associado no sentido de assim não só potenciar as nossas acções mas também criar sinergias nas nossas reivindicações por forma a vê-las satisfeitas.
Assim ao apresentar-mos perante os Grupos Parlamentares na Assembleia da República os motivos que nos levaram a enveredar por uma contestação activa, trazemos também ao conhecimento dos Deputados a existência destas estruturas que, não obstante informais, representam uma forma legitima de união das populações em torno da defesa do interesse comum de Alfama, Campolide, Estrada de Benfica e Olivais, fazendo referência também à do Bairro da Boavista, que se nos juntou e representa um importante contributo em defesa dos transportes públicos nesta zona da Cidade.
Assim, embora com pontos comuns, cada Comissão contribuiu para a elaboração deste documento com as indicações que concernem a solução dos seus problemas específicos:
O Grupo de Utentes em Defesa dos Transportes em Alfama definiu, juntamente com a população do bairro as prioridades a levar em conta pelo Governo através do Ministério da tutela e pela Administração da Carris, em defesa das carreiras de autocarros que deverão continuar a servir a população do nosso Bairro.
Pretendendo:
· Que as carreiras 709 (ex. 9), e/ou 746 (ex. 46) continuem a ter o seu términos na estação de Santa Apolónia para que a população do Bairro de Alfama tenha a oferta de transporte público à superfície que deve ter de modo a não se ver privada de tão importante meio de locomoção, principalmente no trajecto Alfama centro da Cidade de Lisboa;
· Que passe a haver uma carreira de autocarros a passar pelo cemitério do Alto de São João, trajecto que a população do bairro se viu privada desde há muitos anos a esta parte, desde a eliminação do eléctrico n.º 24, sem existir da parte da tutela ou da administração da empresa que deveria fornecer o transporte público à superfície, a preocupação para colmatar esta lacuna na mobilidade da população do Bairro de Alfama. Sugerimos, por isso, a alteração da carreira n.º 35 que tendo o seu términos na Praça do Chile, poderá fazer o trajecto pela Avenida Afonso III, de modo a que possa levar as pessoas do Bairro de Alfama até ao cemitério do Alto de São João;
· Que, de todo, não seja substituído o transporte público á superfície pelo Metropolitano de Lisboa!
A Comissão de Utentes dos Transportes Públicos em Campolide define como prioridades a ser tidas em conta pela Administração da Carris e pelo Ministério das Obras Públicas transportes e Comunicações, que a tutela, as seguintes situações:
· Que a Carreira 713 retome o seu percurso anterior à reestruturação da Rede 7, segunda fase, servindo a Boavista, o Largo do Corpo Santo e Praça do Comércio, sendo estes destinos compatíveis com a necessidades da população, sem ligações directas, em contraposição a destinos como Estrela; Rato; Amoreiras; Marquês de Pombal, servidos respectivamente pelas Carreiras 27 (727); 58, 74; 48, 53, 23 (723) e 711, bem como a Carreira 2 que com um trajecto mais curto serve os pontos de partida e término da agora reestruturada 713.
· Que o Bairro da Bela Flor seja servido por uma Carreira de autocarros, quer por alteração do percurso da actual Carreira 702, quer por criação de nova carreira. Neste momento não existe qualquer serviço de transportes públicos dentro do Bairro.
· Que a carreira 2 (702) retome o seu percurso à Baixa. Na realidade a solução oferecida de transbordo para a carreira 711, além de implicar perdas de tempo (os horários são na generalidade desencontrados e muitas das vezes ao chegarem ao Marquês de Pombal o autocarro da carreira 702 parte antes que o 711 vindo da Praça do Comércio chegue à paragem), implica um elevado incómodo para uma população envelhecida, para quem o Metropolitano não é alternativa por implicar uma deslocação a pé entre paragens e um custo agravado de transporte. Além disso, ao contrário do que é afirmado a procura dentro dos períodos de ponta da manhã e da tarde não são desprezáveis.
A Comissão de utentes dos transportes públicos da Carris da Estrada de Benfica, definiram como prioridades a considerar pela tutela e pela Administração da Carris:
· Que seja retomada a carreira 63, suprimida aquando da primeira fase da reestruturação da Rede Sete, e que servia a deslocação de e para o Hospital de Santa Maria, bem como os estudantes das várias Universidades e Faculdades situadas nesse término, principalmente tendo em conta que a Estrada de Benfica é um eixo que serve a multi-modalidade aos serviços de Caminhos de Ferro.
· Que seja retomada a ligação directa à Baixa, através da Carreira 746, encurtada no seguimento desta segunda fase da Rede Sete, ao Marquês de Pombal, e que servia em grande medida os utentes na ligação aos serviços de Barcos e à própria CP em Santa Apolónia, forçando-os à utilização do Metropolitano, com superior gasto de tempo e dispêndio de dinheiro.
· Que fosse alargado o horário do percurso da carreira 58 (758) até às Portas de Benfica, até às 00,30. O actual horário de término em Sete Rios a partir das 21,45 é altamente prejudicial para toda a população residente no eixo da estrada de Benfica, que nem sequer se encontra servida pelo Metropolitano.
A Comissão de utentes dos Transportes da Freguesia de Santa Maria dos Olivais, entendeu em conjunto com a população, definir como linhas de orientação prioritárias a ter em consideração pela Administração da Carris e pelo Ministérios da Obras públicas Transportes e Comunicações:
· A retoma dos serviços da carreira 105, eliminada na sequência da reestruturação Rede Sete, segunda fase, que permitia a ligação dos vários Bairros do Norte e Sul desta freguesia, que de outra forma se encontram praticamente isolados uns dos outros durante fins de semana e feriados.
· Fosse retomado o acesso ao bairro de Alvalade e ao Hospital Curry Cabral, inexistente desde a eliminação da carreira 21, na reestruturação da Rede Sete – primeira fase – obrigando os habitantes da freguesia a vários transbordos.
· Fossem analisados, com carácter de urgência, os horários nocturnos dentro das carreiras circulantes dentro desta freguesia, pela carência e impossibilidade real de deslocações após as 20,30.
Finalmente a Comissão de Utentes da Carris, do bairro da Boavista considera fundamental a retoma do percurso original da carreira 43, encurtada na sequência da reestruturação, e que obriga a população deste Bairro e dos Bairros do Zambujal e Buraca, a deslocarem-se a pé pelo interior do Monsanto, de forma a poder aceder ao transporte público.
Nós as Comissões de Utentes reunidas nesta Plataforma, relembramos ainda que uma eficiente e moderna rede de transportes públicos rodoviários, que sirva de facto as populações e que permita a transferência de utilizadores da viatura particular para o modo público tem, à partida, de garantir o transporte em tempo útil, com razoável conforto, e a um custo compatível com o nível de vida da população que se pretende servir, e consideramos que neste momento estas três vertentes essenciais não se encontram satisfeitas. Lembramos ainda que, todos os estudos efectuados nesta matéria demonstram que só uma oferta de qualidade e quantidade superior, e que isto representa um investimento necessário, podem no futuro garantir o sucesso do transporte público nas grandes cidades, como Lisboa, com os óbvios ganhos em Mobilidade, Satisfação, e qualidade de Vida e Ambiente.
Lisboa, 31 de Janeiro de 2008
A Plataforma de Comissões de Utentes em Defesa dos Transportes Públicos
Há muito, enquanto grupos de utentes de várias zonas de Lisboa, vínhamos questionando a pertinência da exiguidade de horários nocturnos e dos percursos que serviam as nossas freguesias, bem como a completa ausência de cobertura de importantes zonas habitacionais das mesmas. Porém, a situação criada com a implementação da primeira fase, mas principalmente da segunda fase, desta reestruturação tornou imperativa a tomada de posição e luta contra as medidas adoptadas.
A similitude de problemas e a identidade de objectos conduziram a que quatro destas Comissões, muito embora existam mais na Cidade de Lisboa, se tenham Associado no sentido de assim não só potenciar as nossas acções mas também criar sinergias nas nossas reivindicações por forma a vê-las satisfeitas.
Assim ao apresentar-mos perante os Grupos Parlamentares na Assembleia da República os motivos que nos levaram a enveredar por uma contestação activa, trazemos também ao conhecimento dos Deputados a existência destas estruturas que, não obstante informais, representam uma forma legitima de união das populações em torno da defesa do interesse comum de Alfama, Campolide, Estrada de Benfica e Olivais, fazendo referência também à do Bairro da Boavista, que se nos juntou e representa um importante contributo em defesa dos transportes públicos nesta zona da Cidade.
Assim, embora com pontos comuns, cada Comissão contribuiu para a elaboração deste documento com as indicações que concernem a solução dos seus problemas específicos:
O Grupo de Utentes em Defesa dos Transportes em Alfama definiu, juntamente com a população do bairro as prioridades a levar em conta pelo Governo através do Ministério da tutela e pela Administração da Carris, em defesa das carreiras de autocarros que deverão continuar a servir a população do nosso Bairro.
Pretendendo:
· Que as carreiras 709 (ex. 9), e/ou 746 (ex. 46) continuem a ter o seu términos na estação de Santa Apolónia para que a população do Bairro de Alfama tenha a oferta de transporte público à superfície que deve ter de modo a não se ver privada de tão importante meio de locomoção, principalmente no trajecto Alfama centro da Cidade de Lisboa;
· Que passe a haver uma carreira de autocarros a passar pelo cemitério do Alto de São João, trajecto que a população do bairro se viu privada desde há muitos anos a esta parte, desde a eliminação do eléctrico n.º 24, sem existir da parte da tutela ou da administração da empresa que deveria fornecer o transporte público à superfície, a preocupação para colmatar esta lacuna na mobilidade da população do Bairro de Alfama. Sugerimos, por isso, a alteração da carreira n.º 35 que tendo o seu términos na Praça do Chile, poderá fazer o trajecto pela Avenida Afonso III, de modo a que possa levar as pessoas do Bairro de Alfama até ao cemitério do Alto de São João;
· Que, de todo, não seja substituído o transporte público á superfície pelo Metropolitano de Lisboa!
A Comissão de Utentes dos Transportes Públicos em Campolide define como prioridades a ser tidas em conta pela Administração da Carris e pelo Ministério das Obras Públicas transportes e Comunicações, que a tutela, as seguintes situações:
· Que a Carreira 713 retome o seu percurso anterior à reestruturação da Rede 7, segunda fase, servindo a Boavista, o Largo do Corpo Santo e Praça do Comércio, sendo estes destinos compatíveis com a necessidades da população, sem ligações directas, em contraposição a destinos como Estrela; Rato; Amoreiras; Marquês de Pombal, servidos respectivamente pelas Carreiras 27 (727); 58, 74; 48, 53, 23 (723) e 711, bem como a Carreira 2 que com um trajecto mais curto serve os pontos de partida e término da agora reestruturada 713.
· Que o Bairro da Bela Flor seja servido por uma Carreira de autocarros, quer por alteração do percurso da actual Carreira 702, quer por criação de nova carreira. Neste momento não existe qualquer serviço de transportes públicos dentro do Bairro.
· Que a carreira 2 (702) retome o seu percurso à Baixa. Na realidade a solução oferecida de transbordo para a carreira 711, além de implicar perdas de tempo (os horários são na generalidade desencontrados e muitas das vezes ao chegarem ao Marquês de Pombal o autocarro da carreira 702 parte antes que o 711 vindo da Praça do Comércio chegue à paragem), implica um elevado incómodo para uma população envelhecida, para quem o Metropolitano não é alternativa por implicar uma deslocação a pé entre paragens e um custo agravado de transporte. Além disso, ao contrário do que é afirmado a procura dentro dos períodos de ponta da manhã e da tarde não são desprezáveis.
A Comissão de utentes dos transportes públicos da Carris da Estrada de Benfica, definiram como prioridades a considerar pela tutela e pela Administração da Carris:
· Que seja retomada a carreira 63, suprimida aquando da primeira fase da reestruturação da Rede Sete, e que servia a deslocação de e para o Hospital de Santa Maria, bem como os estudantes das várias Universidades e Faculdades situadas nesse término, principalmente tendo em conta que a Estrada de Benfica é um eixo que serve a multi-modalidade aos serviços de Caminhos de Ferro.
· Que seja retomada a ligação directa à Baixa, através da Carreira 746, encurtada no seguimento desta segunda fase da Rede Sete, ao Marquês de Pombal, e que servia em grande medida os utentes na ligação aos serviços de Barcos e à própria CP em Santa Apolónia, forçando-os à utilização do Metropolitano, com superior gasto de tempo e dispêndio de dinheiro.
· Que fosse alargado o horário do percurso da carreira 58 (758) até às Portas de Benfica, até às 00,30. O actual horário de término em Sete Rios a partir das 21,45 é altamente prejudicial para toda a população residente no eixo da estrada de Benfica, que nem sequer se encontra servida pelo Metropolitano.
A Comissão de utentes dos Transportes da Freguesia de Santa Maria dos Olivais, entendeu em conjunto com a população, definir como linhas de orientação prioritárias a ter em consideração pela Administração da Carris e pelo Ministérios da Obras públicas Transportes e Comunicações:
· A retoma dos serviços da carreira 105, eliminada na sequência da reestruturação Rede Sete, segunda fase, que permitia a ligação dos vários Bairros do Norte e Sul desta freguesia, que de outra forma se encontram praticamente isolados uns dos outros durante fins de semana e feriados.
· Fosse retomado o acesso ao bairro de Alvalade e ao Hospital Curry Cabral, inexistente desde a eliminação da carreira 21, na reestruturação da Rede Sete – primeira fase – obrigando os habitantes da freguesia a vários transbordos.
· Fossem analisados, com carácter de urgência, os horários nocturnos dentro das carreiras circulantes dentro desta freguesia, pela carência e impossibilidade real de deslocações após as 20,30.
Finalmente a Comissão de Utentes da Carris, do bairro da Boavista considera fundamental a retoma do percurso original da carreira 43, encurtada na sequência da reestruturação, e que obriga a população deste Bairro e dos Bairros do Zambujal e Buraca, a deslocarem-se a pé pelo interior do Monsanto, de forma a poder aceder ao transporte público.
Nós as Comissões de Utentes reunidas nesta Plataforma, relembramos ainda que uma eficiente e moderna rede de transportes públicos rodoviários, que sirva de facto as populações e que permita a transferência de utilizadores da viatura particular para o modo público tem, à partida, de garantir o transporte em tempo útil, com razoável conforto, e a um custo compatível com o nível de vida da população que se pretende servir, e consideramos que neste momento estas três vertentes essenciais não se encontram satisfeitas. Lembramos ainda que, todos os estudos efectuados nesta matéria demonstram que só uma oferta de qualidade e quantidade superior, e que isto representa um investimento necessário, podem no futuro garantir o sucesso do transporte público nas grandes cidades, como Lisboa, com os óbvios ganhos em Mobilidade, Satisfação, e qualidade de Vida e Ambiente.
Lisboa, 31 de Janeiro de 2008
A Plataforma de Comissões de Utentes em Defesa dos Transportes Públicos
Rede Sete da Carris
Os Utentes não desistem
O Movimento de Utentes da Carris enquanto grupos de utentes de várias zonas de Lisboa, há muito vinha questionando a pertinência da exiguidade de horários nocturnos e dos percursos que serviam as nossas freguesias, bem como a completa ausência de cobertura de importantes zonas habitacionais das mesmas. Porém, a situação criada com a implementação reestruturação das carreiras de autocarros da Carris – Conhecida como Rede Sete – quer na sua primeira fase, mas principalmente na segunda fase, tornou imperativa a tomada de posição e luta contra as medidas adoptadas.
O Movimento de Utentes da Carris existe de uma forma informal, agregando numa Plataforma de Comissões, vários milhares de utentes que apresentam preocupações comuns em relação ao serviço prestado por esta empresa.
A similitude de problemas e a identidade de objectos conduziram a que várias destas Comissões se tenham Associado no sentido de assim, não só potenciar as nossas acções, mas também criar sinergias nas nossas reivindicações de forma a vê-las satisfeitas.
As comissões assim formadas tem a representatividade dos milhares de assinaturas que foram recolhidas, mais de oito mil entre as quatro comissões fundadoras e muitas mais cuja recolha prossegue, mas ainda que assim não fosse, não desmereceriam as suas preocupações pela maior ou menor capacidade de movimentação e contactos nas zonas onde vivem e trabalham.
Das acções levadas a Cabo com entrega das assinaturas, juntamente com pedido de audiência a fim de discutir pormenorizadamente as questões levantadas, a saber: Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações; Administração da Companhia de Carris de Ferro de Lisboa, S.A.; Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Resultaram apenas os contactos iniciais de recepção (ou nem isso, no caso da CML), e as audiências pedidas resultaram, da parte da Carris, numa resposta em Carta. Carta essa em termos e contendo insinuações, que nos eximimos de comentar.
Ao arrepio da boa fé, a Administração da Carris procurou manipular a situação enviando, após tomar conhecimento do propósito das Comissões reunirem com os Grupos Parlamentares, a Carta que nos foi dirigida a esses mesmos Grupos, fingindo ter já dado uma resposta às Comissões sem se dar sequer ao trabalho de connosco esgrimir argumentos. Esta atitude mostra bem não só o quão intranquila se encontra a consciência de quem administra esta empresa pública, como o receio que lhes provoca a iniciativa dos cidadãos.
Estamos certos de que, contrariamente ao esperado, este gesto encontrou, em vários dos seus destinatários, indignação. Indignação essa certamente igual à que sentimos quando verificamos estar em poder dos Grupos Parlamentares uma missiva destinada às Comissões de Utentes, que lhes fora enviada sem indicação de ser dado conhecimento a terceiros, ou sequer disso lhes ter sido dado conhecimento posterior.
Por nós não poderíamos ter ficado mais satisfeitos, porquanto era um dos documentos a entregar e assim nos foram poupados preciosos recursos. Fica porém a deselegância do gesto de quem está habituado a lidar com os cidadãos com a arrogância e desdém, de quem trata com clientes, normais para quem não entende que o seu papel, enquanto gestor da coisa pública, é servir o cidadão que é por consequência Utente.
Já respondemos ao ofício enviado pela Administração da Carris ao Movimento (cujo texto anexamos), assim como iremos entregar proximamente o caderno reivindicativo que hoje tornamos público.
Assim a luta do Movimento dos Utentes por Transportes Públicos condignos na Cidade de Lisboa prosseguirá e não nos calaremos, baixaremos os braços, ou silenciaremos os nossos protestos até termos obtido, enquanto Utentes de Serviço Público, a satisfação das nossas reivindicações.
Novas formas de luta podem vir a ser decididas proximamente.
Os Utentes não desistem
O Movimento de Utentes da Carris enquanto grupos de utentes de várias zonas de Lisboa, há muito vinha questionando a pertinência da exiguidade de horários nocturnos e dos percursos que serviam as nossas freguesias, bem como a completa ausência de cobertura de importantes zonas habitacionais das mesmas. Porém, a situação criada com a implementação reestruturação das carreiras de autocarros da Carris – Conhecida como Rede Sete – quer na sua primeira fase, mas principalmente na segunda fase, tornou imperativa a tomada de posição e luta contra as medidas adoptadas.
O Movimento de Utentes da Carris existe de uma forma informal, agregando numa Plataforma de Comissões, vários milhares de utentes que apresentam preocupações comuns em relação ao serviço prestado por esta empresa.
A similitude de problemas e a identidade de objectos conduziram a que várias destas Comissões se tenham Associado no sentido de assim, não só potenciar as nossas acções, mas também criar sinergias nas nossas reivindicações de forma a vê-las satisfeitas.
As comissões assim formadas tem a representatividade dos milhares de assinaturas que foram recolhidas, mais de oito mil entre as quatro comissões fundadoras e muitas mais cuja recolha prossegue, mas ainda que assim não fosse, não desmereceriam as suas preocupações pela maior ou menor capacidade de movimentação e contactos nas zonas onde vivem e trabalham.
Das acções levadas a Cabo com entrega das assinaturas, juntamente com pedido de audiência a fim de discutir pormenorizadamente as questões levantadas, a saber: Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações; Administração da Companhia de Carris de Ferro de Lisboa, S.A.; Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Resultaram apenas os contactos iniciais de recepção (ou nem isso, no caso da CML), e as audiências pedidas resultaram, da parte da Carris, numa resposta em Carta. Carta essa em termos e contendo insinuações, que nos eximimos de comentar.
Ao arrepio da boa fé, a Administração da Carris procurou manipular a situação enviando, após tomar conhecimento do propósito das Comissões reunirem com os Grupos Parlamentares, a Carta que nos foi dirigida a esses mesmos Grupos, fingindo ter já dado uma resposta às Comissões sem se dar sequer ao trabalho de connosco esgrimir argumentos. Esta atitude mostra bem não só o quão intranquila se encontra a consciência de quem administra esta empresa pública, como o receio que lhes provoca a iniciativa dos cidadãos.
Estamos certos de que, contrariamente ao esperado, este gesto encontrou, em vários dos seus destinatários, indignação. Indignação essa certamente igual à que sentimos quando verificamos estar em poder dos Grupos Parlamentares uma missiva destinada às Comissões de Utentes, que lhes fora enviada sem indicação de ser dado conhecimento a terceiros, ou sequer disso lhes ter sido dado conhecimento posterior.
Por nós não poderíamos ter ficado mais satisfeitos, porquanto era um dos documentos a entregar e assim nos foram poupados preciosos recursos. Fica porém a deselegância do gesto de quem está habituado a lidar com os cidadãos com a arrogância e desdém, de quem trata com clientes, normais para quem não entende que o seu papel, enquanto gestor da coisa pública, é servir o cidadão que é por consequência Utente.
Já respondemos ao ofício enviado pela Administração da Carris ao Movimento (cujo texto anexamos), assim como iremos entregar proximamente o caderno reivindicativo que hoje tornamos público.
Assim a luta do Movimento dos Utentes por Transportes Públicos condignos na Cidade de Lisboa prosseguirá e não nos calaremos, baixaremos os braços, ou silenciaremos os nossos protestos até termos obtido, enquanto Utentes de Serviço Público, a satisfação das nossas reivindicações.
Novas formas de luta podem vir a ser decididas proximamente.
Lisboa, 12 de Fevereiro de 2008
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